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Penal Terça-feira, 21 de Janeiro de 2020, 15:38 - A | A

21 de Janeiro de 2020, 15h:38 - A | A

Penal / EM CUIABÁ

Tribunal do Júri julgará 16 casos de crimes contra a vida em fevereiro

As sessões de julgamento serão conduzidas pela juíza Mônica Catarina Perri Siqueira, da Primeira Vara Criminal da Capital

Da Redação



Dezesseis ações penais serão julgadas pelo Tribunal do Júri, no Fórum de Cuiabá, entre os dias 3 e 28 de fevereiro. Todos os casos tratam de crimes dolosos contra a vida (homicídios ou tentativas de homicídio) ocorridos na Capital, entre os anos de 2001 e 2015.

As sessões de julgamento serão conduzidas pela juíza Mônica Catarina Perri Siqueira, da Primeira Vara Criminal da Capital.

No dia 3 de fevereiro, será julgado o servente de pedreiro Sílvio Jorge Neves Botelho, vulgo “Carcaça”, pelo homicídio de Johnn Weligton Silva dos Santos. O crime ocorreu no dia 10 de outubro de 2009, por volta das 5h, em uma rua do bairro Parque Nova Esperança, periferia de Cuiabá.

Consta na denúncia que os homens começaram a discutir na saída de uma boate porque Sílvio acusava Johnn de estar “dando em cima” de sua esposa. Amigos da vítima chegaram a separar a briga e foram embora junto com Johnn, mas este teria sido alcançado por Sílvio, que teria chegado na garupa de uma motocicleta e passado a desferir golpes de capacete e pedaço de concreto contra o rosto da vítima, que foi socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas não resistiu aos ferimentos.

No dia 4, Antônio Correa, vulgo Tadeu, será julgado pelo assassinato de Alexsander Benedito Silva de Melo, morto com vários tiros, na noite de 12 de novembro de 2011, em uma lanchonete no bairro Pedra 90, em Cuiabá.

Conforme testemunhas, Alexsander estava praticando um assalto ao estabelecimento armado com uma faca, mas, ao deixar o local, foi alvejado pelo réu, que por sua vez, alega que agiu em legítima defesa, entrando em luta corporal com o assaltante e tomando sua arma, que nunca foi encontrada.

Já no dia 5, Jhony Barbosa Pereira, também conhecido como “Jony Louco” e “Jony Mau”, será levado a julgamento pelo homicídio qualificado de Thiago Henrique Silva. O crime ocorreu por volta das 17 horas do dia 17 de novembro de 2010, em um campo de futebol no bairro Osmar Cabral, em Cuiabá. A motivação teria sido uma discussão durante a partida de futebol, que teria levado Jhony a desferir vários tiros pelas costas da vítima.

No dia 6, Willian Geraldo de Jesus será julgado pela morte de Edcarlos Xavier de Oliveira, assassinado por volta das 23 horas do dia 13 de fevereiro de 2014, em frente à sua residência, no bairro Novo Paraíso II.

Em interrogatório, o acusado confessou ter matado Edcarlos com golpe de faca, mas alegou que agiu em legítima defesa, uma vez que estaria sendo agredido no momento do crime. Por outro lado, a testemunha afirma que levou a vítima para casa, onde Edcarlos iria apenas pegar camisa e dinheiro para retornar a sair, quando escutou uma briga no interior da residência e, logo em seguida, viu o amigo saindo dizendo que havia sido “arranhado” pelo réu, momento em que a testemunha notou que Edcarlos estava “furado” e sangrando.

Tentativa de homicídio

No dia 7, haverá o julgamento do servidor público Sérgio Geraldo dos Reis, pela tentativa de homicídio qualificado de Maria Edna de Sousa, ex-mulher do acusado.

Consta nos autos que na noite de 5 de novembro de 2011, Edna estava em sua casa, no bairro Jardim Industriário II, em Cuiabá, conversando com sua nora, quando o ex-marido chegou dizendo que iria “tomar sopa de galinha” e partiu para cima da vítima, armado com uma faca, golpeando-a na barriga. A vítima se defendeu e conseguiu arrancar a faca da mão do agressor, que teria passado a chutá-la e bater nela com capacete de moto.

A vítima não morreu porque sua nora correu e pediu ajuda do vizinho, momento em que Sérgio fugiu do local. Edna precisou passar por cirurgia no apêndice e no útero, que foram atingidos pelos golpes de faca. Conforme o agressor, ele teria agido com raiva porque a ex-mulher o impedia de ver suas filhas e também porque teria sido provocado por um suposto amante de Edna, momentos antes dele ir até a casa da vítima. Segundo ele, a faca estava em sua mochila “por acaso”.

No dia 10, será o julgamento de Devail Rodrigues Gonçalves, pela tentativa de homicídio do mecânico Ronei Francisco Ruy Dias Akerley. Ambos formavam um casal e viviam juntos no bairro São Francisco quando, na noite do dia 11 de dezembro de 2004, durante uma briga por conta de ciúmes da esposa, que acreditava estar sendo traída, ele foi esfaqueado na região do tórax, chegando a ter o pulmão atingido. A vítima apenas não morreu porque correu para uma lanchonete vizinha a sua casa e foi socorrida por populares, que o levaram para o Pronto Socorro Municipal, onde passou por cirurgia de urgência e ficou uma semana internado.

Assassino de “amigo”

No dia 11, o pedreiro José Aparecido da Silva Freire será julgado pelo homicídio de Bento Cândido da Silva. Eles eram colegas de trabalho e vizinhos e mantinham boa relação. Inclusive, consta nos autos que, no dia do crime, 14 de setembro de 2012, pela manhã, ambos beberam pinga juntos num bar, no bairro Jardim Vitória, em Cuiabá.

De acordo com José Aparecido, depois de terem se despedido, Bento foi até sua casa, bravo e armado com uma faca e golpeou o colega de trabalho sem falar o motivo. José Aparecido foi para a policlínica, onde foi atendido, retornando para casa por volta das 14 horas. Cerca de 15 minutos depois, Bento teria retornado a sua casa, que ele trancou rapidamente, enquanto o outro homem jogava pedras na janela. Nesse momento, José Aparecido conta que pegou um facão, pulou a janela e correu atrás de Bento por cerca de 400 metros, até alcançá-lo e atingir sua cabeça por trás. A vítima sofreu traumatismo craniano e perdeu massa encefálica, mas ainda resistiu por alguns minutos, antes de ser socorrido pelo Samu e morrer. Uma testemunha do processo relatou que, naquele dia, Bento chegara bêbado em casa e ela chegou a ficar com medo porque ele ficava agressivo quando bebia. Uma desavença entre o enteado de José Aparecido e Bento também são investigados no caso.

Briga de rivais

No dia 12, o Tribunal do Júri vai julgar Alex Soares da Silva, pelo homicídio qualificado de Genilson Coelho de Jesus. O crime ocorreu na noite de 22 de maio de 2010, em um bar no bairro Bela Vista, em Cuiabá. Em seus interrogatórios, o réu confessa que realmente matou Genilson com disparos de arma de fogo porque temia que este matasse seu irmão, a quem vinha ameaçando por serem rivais.

O “protegidinho do papai”

No dia 13, Ademar Leite Farias, vulgo Gordo, será julgado pelo assassinato de Luiz Dino da Costa Filho, vulgo Luizinho, ocorrido na tarde do dia 19 de dezembro de 2010, em uma rua no bairro Tijucal, em Cuiabá. Ele é acusado de ter efetuado quatro tiros de calibre 38 contra Luizinho.

Segundo o réu, naquele dia, ele estava “muito nervoso” e foi até a casa de seu pai, no bairro Tijucal, onde a vítima morava, para “tomar satisfações” com Luizinho, que teria ofendido o réu, chamando-o de “protegidinho do papai” e dizendo que ele “não era de nada”, momento em que Ademar sacou a arma que estava em sua cintura e atirado.

Arma emprestada

No dia 17, o Júri vai decidir sobre o caso de Eduardo Paiva de Souza Silva, acusado de emprestar a arma que matou Circrene Abelardo Luz, na madrugada do dia 27 de março de 2015, em uma rua no bairro Pedra 90.

Ele também é acusado de corrupção de dois menores acusados de terem matado a vítima pelo fato dela estar “dedurando” os usuários de drogas à Polícia. Após conseguirem a arma emprestada, os adolescentes aproveitaram que a vítima andava na rua e desferiram cinco tiros pelas costas dela.

Homicídio motivado por ciúmes

No dia 18, Paulo Moura Nunes, vulgo Paulinho, será julgado pelo assassinato de Júlio César Pinheiro da Silva, vulgo Javali, ocorrido na noite de 21 de março de 2001, no Bar Roma, na Avenida A do bairro Jardim Fortaleza, periferia de Cuiabá, mediante disparos de arma de fogo. O crime teria sido praticado com o comparsa Guedey Araújo, vulgo Castelo, que responde em processo apartado.

Consta nos autos que a motivação do crime seria desavença de Paulinho e Guedey contra Júlio César por conta de ciúmes de ex-namoradas. Apurou-se que a vítima namorou por 2 anos com Caria Regina, que, ao terminar o namoro, começou a “ficar” com Guedey. Segundo testemunho da mulher, quando descobriu o novo relacionamento da ex, Júlio César foi até a casa dela, armado com revólver e encapuzado, e deu várias coronhadas na cabeça de Guedey, que prometeu se vingar, mantando o rival.

Em declarações como testemunha no processo, Edinete Lino da Silva afirmou que também já foi namorada de Júlio César por um mês e que, antes dele, já havia namorado com o réu Paulo Moura. Ela complementa que Júlio César “nunca aceitou o fim do namoro e muito menos o fato dela voltar a namorar Paulinho”.

O réu Paulo é acusado de pilotar a moto que deu fuga a Guedey logo após o assassinato de Júlio César. Ele nega o crime, alegando que sequer sabia pilotar moto e que não estava no local na data do fato.

Outros casos

No dia 19, o cabeleireiro Arnaldo de Souza Ferreira será julgado pelo homicídio qualificado do menor Daniel Larusso Bispo da Mata, ocorrido no dia 13 de abril de 2003, em Cuiabá.

No dia 20, Joander Myk Santos da Silva será levado ao Tribunal do Júri pelo homicídio de Renan Vitor da Silva e tentativa de homicídio de Sérgio da Silva Oliveira. Consta nos autos que o crime ocorreu na manhã do dia 24 de julho de 2011, na Avenida Principal do bairro Jardim Florianópolis, em Cuiabá, quando Renan morreu com disparos de arma de fogo. Em seguida, o réu teria tentado matar também Sérgio, atingindo suas nádegas com tiros.

A motivação dos crimes seria uma briga anterior, entre os três e outra pessoa identificada como “Tinho” por conta do desaparecimento de uma bateria de Tinho que estava na casa do réu. No momento do fato delituoso, as vítimas estavam a caminho de uma festa quando se depararam com Joander, que teria sido xingado por Sérgio. Renan também teria provocado Joander, perguntado se ele “era homem mesmo”. Logo em seguida, o acusado teria alvejado as vítimas.

No dia 26, Levi Marques da Conceição será julgado pelo assassinato de Laurentino Antônio Filho. A denúncia aponta que no dia 5 de agosto de 2010, por volta das 17h20, em uma rua do bairro Três Barras, na Capital, Levi matou Laurentino a facadas.

Ao longo do processo, o réu confessou a autoria, alegando que naquele dia, Laurentino estava muito embriagado e começou a passar a mão em suas nádegas e na de outro homem, chamado Cícero. Diante disso, Levi teria pedido que Cícero levasse Laurentino embora para casa, o que deixou a vítima irritada porque foi mandada embora. Conforme o réu, a vítima então levou a mão na cintura e sacou uma faca de serra, com a qual tentou golpear Levi, que correu e também pegou uma faca para se defender, golpeando Laurentino na lateral da barriga, o que ocasionou sua morte.

No dia 27, Edno Francisco dos Santos será julgado pela tentativa de homicídio do casal Paulo Merei Rodrigues e Glória Vilela do Moraes e da filha deles, Ana Paula Vilela Rodrigues, que tinha 11 anos na data do crime, 18 de maio de 2013.

A tentativa teria ocorrido na casa das vítimas, no bairro Três Poderes, em Cuiabá. A família era vizinha de Edno. Da casa dele, vazava água de uma torneira, que se infiltrava pelo muro que dividia as duas casas e alagava o quintal das vítimas, o que gerou a contenda. No dia do crime, Kelly Ilana Correa Nunes, mulher do réu, deixou a torneira aberta, o que acarretou no alagamento do quintal dos vizinhos. Paulo então reclamou com a vizinha sobre a situação e voltou para sua casa. Em seguida, Kelly foi até o muro e cortou o varal de roupas dos vizinhos, fazendo com que as roupas estendidas caíssem e molhassem no chão alagado.

Diante da provocação, a vítima Glória foi até a casa da vizinha e ambas passaram a discutir, chegando as vias de fato. Ao ver o entrevero, Paulo e a testemunha Manoel Nerei Rodrigues foram até o local, apartaram a briga das mulheres e, em seguida, voltaram para suas residências. Momentos depois, Edno chegou em casa e ficou sabendo do ocorrido. Enfurecido, diz a denúncia, que ele pegou sua arma de fogo e foi até à residência das vítimas, surpreendendo-as com diversos disparos de arma de fogo, atingindo Ana Paula na coxa direita e no rosto; Paulo na mão direita; e Glória na região inguinal e flanco esquerdo. As vítimas foram socorridas, sendo que a vítima Glória ainda necessitou se submeter a intervenção cirúrgica. Após detonar todos os projéteis que tinha à disposição em sua arma, Edno fugiu do local.

Por último, no dia 28, Jefferson da Silva Gonzaga, vulgo “Iéfe”, será julgado pelo homicídio de Kayk Pereira dos Santos, ocorrido no dia 4 de outubro de 2015. Naquele dia, a vítima estava na boate Via Music, na Avenida Getúlio Vargas, Centro de Cuiabá, onde havia se desentendido com Haynner Martins de Moraes, principal acusado do homicídio, porém, em ação separada.

Após a briga, Haynner, conduzindo uma caminhonete S-10, juntamente com Jefferson e outro ex-acusado (já falecido), perseguiu a vítima e a obrigou a entrar no veículo. Quando Kayk conseguiu se desvencilhar e sair da caminhonete, foi alvejado com disparos de arma de fogo que atingiram principalmente o tórax e o pescoço. Haynner teria continuado a atirar mesmo com a vítima já caída ao chão. Os comparsas teriam assistido a tudo, impassíveis ao ato e auxiliando o autor dos disparos na fuga. (Com informações da Assessoria do TJMT)