A Justiça autorizou o sequestro de 23 veículos de luxo avaliados em mais de R$ 2 milhões que foram apreendidos durante a Operação Imperial, que apurou uma associação criminosa estruturada envolvida em na prática de crimes de roubo e adulteração de veículos.
Segundo as investigações, os bens constituem objetos indiretos dos crimes investigados, sendo o sequestro judicial medida assecuratória pertinente, que busca assegurar a indisponibilidade dos bens adquiridos com o proveito extraído da ação criminosa.
O delegado titular da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Veículos (DERFVA), Gustavo Garcia Francisco, disse que com a medida busca-se garantir eventual reparação dos danos causados pela organização criminosa, cujos integrantes são acusados de cometer dezenas de roubos e estelionatos na região metropolitana, bem como a necessidade de impedir a deterioração dos bens.
“Há indícios veementes da proveniência ilícita dos bens apreendidos que, supostamente, foram adquiridos como proveitos dos crimes de roubo e furto de veículos, estelionato, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Este viés de fortalecimento das investigações financeiras nas unidades especializadas da Polícia Civil atende o plano estratégico da instituição que busca asfixiar a criminalidade organizada, descapitalizando as organizações”, explicou o delegado.
Investigação e desarticulação do grupo
Na primeira fase, a operação, deflagrada no ano passado, cumpriu 55 ordens judiciais contra o grupo que também atuava em outros crimes correlatos ao roubo de veículos como tráfico de drogas na modalidade escambo (troca de veículos, objetos de roubo/furto por entorpecentes), receptação, uso de documentos falsos, falsidade ideológica, estelionato, lavagem de capitais e outros.
O objetivo do trabalho, dividido em duas fases, foi atuar na descapitalização e desmantelamento da organização criminosa. Para chegar aos autores e na responsabilização criminal de cada integrante, a DERFVA reuniu uma farta documentação durante a investigação e também nas fases da Operação Imperial, quando foram cumpridas 84 ordens judiciais decretadas pela 7ª Vara de Cuiabá, entre ordens de prisões, buscas e apreensões e medidas cautelares diversas contra a organização criminosa, além do sequestro de valores de contas bancárias e investimentos dos investigados.
A investigação identificou que o grupo criminoso foi estruturado para atuar em três frentes diferentes. Uma era responsável por executar os roubos e providenciar a estrutura para que os roubos fossem efetivados, como locação de residências, emprego de veículos locados e roubados para apoiar outras ações criminosas.
Outra frente criminosa era responsável pela adulteração dos veículos roubados, que depois eram colocados à venda em sites de comércio eletrônico, e estelionatos praticados pela organização. A terceira frente executava a lavagem de dinheiro.
As investigações conseguiram apurar o envolvimento de 25 integrantes do grupo em diversos crimes, entre eles em 22 roubos, cinco estelionatos, três usos de documentos falsos, três crimes de falsidade ideológica e ainda lavagem de dinheiro e organização criminosa. (Com informações da Assessoria da PJC-MT)