O ex-assessor especial da Secretaria de Estado de Trabalho e Assistência Social (Setas), Rodrigo de Marchi, celebrou acordo de colaboração premiada com o Ministério Público sobre o suposto esquema de desvios da pasta envolvendo a ex-primeira dama do Estado, Roseli Barbosa.
É o que consta no despacho da juíza Ana Cristina Mendes, da Sétima Vara Criminal de Cuiabá, divulgado nesta quarta-feira (27).
Marchi responde, tanto na seara criminal quanto na cível, processos oriundos da Operação Arqueiro, que identificou fraudes na Setas, entre os anos de 2010 e 2014. Os crimes imputados são organização criminosa, corrupção ativa e passiva, fraude em licitação e lavagem de dinheiro.
Rodrigo, que é defendido pelo advogado Eustáquio Neto, decidiu celebrar o acordo com o Ministério Público Estadual no dia 9 de dezembro passado. Desta forma, o MPE recorreu à juíza para que a delação seja homologada.
Antes de decidir pela homologação do acordo premiado, Ana Cristina marcou para amanhã (28), às 14h30, uma audiência para analisar os aspectos o termo quanto à regularidade e legalidade, adequação dos benefícios pactuados e dos resultados da colaboração, além da voluntariedade por parte do delator.
O processo tramita em segredo de Justiça.
Operação Arqueiro
A operação investigou um suposto esquema que teria ocorrido entre 2010 e 2014, durante a gestão da ex-primeira dama do Estado, Roseli Barbosa, e só veio à tona a partir da divulgação de erros em apostilas que estavam sendo utilizadas nos cursos de capacitação em hotelaria e turismo promovido pela Setas.
A Setas teria contratado a empresa Microlins e o Institutos de Desenvolvimento Humano (IDH-MT) para executar programas sociais referentes ao “Qualifica Mato Grosso”, “Copa em Ação”, entre outros através do uso de “laranjas”.
Segundo o MPE, o líder da organização criminosa seria o dono das empresas, Paulo César Lemes.
Segundo o MPE, a Microlins e o institutos IDH-MT e Concluir receberam do Estado quase R$ 20 milhões para executar programas sociais.