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Cuiabá, 02 de Agosto de 2025

Justiça Estadual Segunda-feira, 05 de Junho de 2017, 15:52 - A | A

Segunda-feira, 05 de Junho de 2017, 15h:52 - A | A

por videoconferência

“Sandro Louco” vai a júri neste mês por mortes de detento e policial

Considerado preso de alta periculosidade, Sandro Rabelo possui diversas condenações e o somatório das penas ultrapassa 200 anos de reclusão

Da Redação

Sandro da Silva Rabelo, conhecido como ‘Sandro Louco’, será julgado por videoconferência este mês, em duas sessões do Tribunal do Júri em Cuiabá, dias 23 e 27 de junho. O latrocida, que é apontado como um dos integrantes da organização criminosa denominada Comando Vermelho, está custodiado na Penitenciária Federal de Segurança Máxima de Catanduvas (PR).

A decisão de interrogar o réu por videoconferência é da juíza Monica Catarina Perri Siqueira, da 1ª Vara Criminal da capital. A magistrada considerou que o recambiamento até Cuiabá para participar do julgamento exigiria inúmeras providências envolvendo um grande aparato policial e dispêndio financeiro por parte do Estado de Mato Grosso. Além disso, poderia colocar em risco a segurança nos presídios da cidade.

Considerado preso de alta periculosidade, Sandro Rabelo possui diversas condenações e o somatório das penas ultrapassa 200 anos de reclusão. A defesa do acusado chegou a pleitear que ele estivesse presente no julgamento e que fosse interrogado pessoalmente “para produzir a sua autodefesa”, contudo, o pedido foi indeferido.

Dia 23, a partir das 13h30, ‘Sandro Louco’ será julgado pela morte de Raimundo de Oliveira, ocorrida em janeiro de 2005, no interior da Penitenciária Central do Estado (PCE). Conforme a denúncia, a vítima foi morta mediante golpes de chuço e afundamento no osso parietal esquerdo.

Sandro teria agido juntamente com Maurício Domingos da Cruz, conhecido como ‘Raposão’. Eles foram pronunciados juntos pelo crime, mas o processo de Sandro foi desmembrado.

Em novembro de 2016, a ação contra Maurício foi arquivada em razão da morte do acusado. Segundo a peça inicial, o crime foi cometido por motivo torpe, uma vez que os denunciados “mataram a vítima devido a uma desavença existente entre eles relativa a disputa de comando e território no ambiente celular do sistema prisional”.

Além disso, os denunciados teriam utilizado recurso que dificultou a defesa, por estarem em maior número e armados com chuços.

Já no dia 27, ‘Sandro Louco’ irá a júri pelo assassinato no policial militar Jurandir Alberto Anunciação e pelo homicídio tentado de Benedito Bispo da Rosa e Wilton Silva Delgado. O soldado morto fazia a guarda na antiga Penitenciária Regional de Pascoal Ramos – atual PCE – quando foi atingido por disparos de arma de fogo em junho de 1996, efetuados por detentos. As armas teriam sido recebidas de terceiros e também arrebatadas de funcionários e agentes policiais.

Outros presos da época foram acusados pelo crime juntamente com Sandro Rabelo, mas o julgamento dele foi desmembrado em decisão de fevereiro deste ano.

Tribunal do Júri

Previsto na Constituição Federal, o Tribunal do Júri é responsável por julgar crimes dolosos contra a vida. Nessa modalidade de julgamento, cabe a um colegiado de pessoas (jurados sorteados para compor o conselho de sentença) declarar se o crime aconteceu e se o réu é culpado ou inocente. Assim, o magistrado decide conforme a vontade popular e, em caso de condenação, lê a sentença e fixa a pena.

Na pauta de junho do Tribunal do Júri de Cuiabá constam 14 julgamentos, a partir do dia 9 (sexta-feira). As sessões serão presididas pela juíza Monica Catarina Perri Siqueira. (Com informações da Assessoria do TJMT)