A Polícia Federal cumpriu, nesta quinta-feira (24), um mandado de busca e apreensão em Cuiabá no âmbito da Operação Ultima Ratio, que apura possíveis crimes de corrupção em vendas de decisões judiciais, lavagem de dinheiro, organização criminosa, extorsão e falsificação de escrituras públicas no Poder Judiciário de Mato Grosso do Sul.
O alvo em Cuiabá é Andreson de Oliveira Gonçalves, apontando como "lobista" do advogado Roberto Zampieri, que faleceu a tiros em Cuiabá, em dezembro de 2023.
Cinco desembargadores do Tribunal de Justiça de MS também estiveram na mira da PF e foram afastados por ordem do Superior Tribunal de Justiça (STJ). São eles: o presidente do TJMS, Sérgio Fernandes Martins, Vladmir Abreu, Sideni Pimentel, Alexandre Aguiar Bastos e Marcos José de Brito Rodrigues.
Na casa de um dos desembargadores, a PF apreendeu R$ 2,7 milhões em espécie.
Ao todo são cumpridos 44 mandados de busca e apreensão expedidos pelo STJ. A ação ocorreu, além de Cuiabá, em Campo Grande/MS, Brasília/DF e São Paulo/SP.
A ação teve o apoio da Receita Federal e é um desdobramento da Operação Mineração de Ouro, deflagrada em 2021, na qual foram apreendidos materiais com indícios da prática dos referidos crimes.
O STJ determinou o afastamento do exercício das funções públicas servidores, a proibição de acesso às dependências de órgão público, a vedação de comunicação com pessoas investigadas e a colocação de equipamento de monitoramento eletrônico.
Anderson de Oliveira Gonçalves é suspeito de se envolver também no suposto esquema de Zampieri. Após a quebra de sigilo telefônico do celular do advogado falecido, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) afastou os desembaragadores João Ferreira Filho, Sebastião Moraes e o juiz Ivan Lúcio por suspeita de venderem decisões em Mato Grosso.
(Com informações da Assessoria da PF)