O juiz em substituição legal na 11º Vara Militar de Cuiabá, Wladymir Perri, determinou a prisão do cabo da Polícia Militar, Gerson Luiz Correa Júnior, após ele confessar que descumpriu as cautelares fixadas pelos Tribunal de Justiça ao frequentar a casa noturna Malcom Pub.
Ele é um dos militares envolvidos no escândalo dos grampos ilegais e tem a obrigação de cumprir algumas medidas, como a proibição de se ausentar de sua residência no período noturno.
Na decisão, que acatou um pedido do Ministério Público Estadual (MPE), o magistrado destacou que se trata de fatos novos e graves ensejadores do novo decreto prisional.
Ele citou que o policial não merece credibilidade e que o “descrédito é total”, sugerindo que o cabo teria enganado seu próprio advogado que na primeira petição negou os fatos, depois voltou atrás e confessou a ida a boate.
Ainda de acordo com o juiz, Gerson tem personalidade distorcida e oferece risco à sociedade e na apuração dos fatos, sendo a prisão necessária para garantir a ordem pública.
Ao final, Perri pontuou que mesmo com o uso de tornozeleira, o militar não respeita a Justiça.
Entenda o caso
Assim que teve conhecimento que o cabo Gerson Luiz Correa Júnior teria descumprido medidas cautelares, o Ministério Público fez a denúncia junto a 11ª Vara Especializada da Justiça Militar.
A defesa do PM rebateu as acusações e chegou a falar que o órgão estaria propagando informações mentirosas.
Inconformado, o MP conseguiu reunir novas provas de que o militar havia comparecido ao Malcon Pub, como o registro de dados biométricos dele e até uma ficha cadastral de clientes que adentraram ao local portando arma de fogo, contendo a assinatura dele.
Após isso, a defesa voltou atrás e decidiu confirmar que o cabo esteve no local no dia 30 de agosto entre 1h49 e 2h52, pois tivera uma briga com sua esposa e decidiu leva-la para a casa noturna afim de espairecer seus ânimos.
Em relação a tornozeleira eletrônica, Gerson disse que ela passou por falhas técnicas e que chegou a ser substituída, mas que os problemas não tiveram relação com o ocorrido.
Ao final da confissão, a defesa pediu para que o juízo da 11ª Justiça Especializada da Justiça Militar considerar seus argumentos e que não ponha novamente o PM na cadeia, pedindo a realização de uma audiência de justificação para ouvir o réu e testemunhas. No entanto, o pedido não foi acatado.
Veja abaixo a decisão