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Cível Quarta-feira, 24 de Junho de 2020, 08:05 - A | A

24 de Junho de 2020, 08h:05 - A | A

Cível / QUARENTENA OBRIGATÓRIA

Prefeito vai recorrer se “lockdown” não for em todo o Estado

O receio do chefe do Executivo é de que a medida gere um colapso econômico e social em Cuiabá e Várzea Grande

Da Redação



O prefeito de Emanuel Pinheiro defendeu que a decisão do juiz José Leite Lindote de decretar em Cuiabá a quarentena coletiva obrigatória, por 15 dias, se estenda para todos os municípios do Estado de Mato Grosso.

Caso o pedido não seja atendido, a Prefeitura de Cuiabá entrará com um recurso para que seja revisto o ato do magistrado titular da Vara Especializada da Saúde Pública de Mato Grosso.

O receio do chefe do Executivo é de que a medida gere um colapso econômico e social em Cuiabá e Várzea Grande.

Pinheiro disse que, desde o início da pandemia, o Município não tem se furtado de colocar em prática as ações consideradas necessárias para preservação da saúde pública, mesmo que consideradas rigorosas. Dessa forma, conforme o gestor, não é justo que a medida seja aplicada na Capital, quando o problema está na falta de estrutura de saúde enfrentada pelo interior do Estado, que acaba refletindo em Cuiabá.

Nesse período de pandemia do novo coronavírus (Covid-19), os dados da Secretaria Municipal de Saúde demonstram que 60% dos leitos de UTIs destinados para esses pacientes são ocupados pela população do interior. Além disso, a taxa de crescimento de casos na Capital que, nos últimos sete dias, é de 5,7%, continua abaixo da taxa total de Mato Grosso, que atingiu 7%. Nos últimos 14 dias, o número é de 5,6%, para Cuiabá, e 6,5%, para Mato Grosso.

Para Pinheiro, os números demonstram uma clara “interiorização” do vírus.

“Cuiabá fez o dever de casa e querem que paguemos o preço por quem não fez. Isso não é justo. Se tivermos que decretar o lockdown, que façamos no estado inteiro. Não tem sentido prender a população dentro de casa, tirar o seu emprego, quebrar as empresas da nossa Capital. Não é justo aplicar tudo isso em Cuiabá e deixar aberto o restante do estado”, destacou Emanuel.

O prefeito ressaltou ainda que não adianta fechar Cuiabá e Várzea Grande, se grande parte de demanda do interior do estado continuará sendo transferida para a Capital.

“O SUS é universal e estamos de portas abertas para atender todos os munícipes. Todavia, que respeitem a nossa capital e não a prejudiquem. Cuiabá está sufocada e, caso confirme essa decisão, será tremendamente penalizada”, completou.

“Lockdown”

Na última segunda-feira (22), o juiz José Leite Lindote, da Vara Especializada da Saúde Pública de Mato Grosso, determinou que os municípios de Cuiabá e Várzea Grande adotem o “lockdown”, por 15 dias.

Segundo o juiz, durante o período, poderão funcionar apenas os serviços essenciais à população.

Além disso, devem ser adotadas barreiras sanitárias para triagem de entrada e saída de pessoas, permitindo apenas a circulação de quem exerce atividades essenciais.

O magistrado determinou também que o Estado de Mato Grosso e o Municípios de Cuiabá e Várzea Grande apresentem a ele, em cinco dias, um planejamento para a ampliação dos leitos de UTI e o cronograma de sua execução. (Com informações da Assessoria da Prefeitura de Cuiabá)