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Administrativo Quarta-feira, 02 de Outubro de 2019, 12:47 - A | A

02 de Outubro de 2019, 12h:47 - A | A

Administrativo / INVESTIGAÇÃO ARQUIVADA

Sávio nega corporativismo ao inocentar Prado sobre doação de placas usadas em grampos

Domingos Sávio contrapôs a hipótese de possível corporativismo para proteger Prado e disse o Ministério Público está, na verdade, preocupado em ‘fazer justiça’ e não inocentar alguém

Lucielly Melo



O procurador de Justiça, Domingos Sávio de Barros Arruda, que é coordenador do Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco) Criminal, negou que o Ministério Público Estado (MPE) agiu com corporativismo para inocentar o ex-procurador-geral de Justiça, Paulo Prado, acusado de estar envolvido no esquema de grampos ilegais.

Prado, segundo os coronéis Zaqueu Barbosa e Evandro Lesco e pelo cabo da Polícia Militar, Gerson Luiz Corrêa Júnior, teria doado as placas Wytron para que o escritório clandestino de grampos ilegais fosse instalado.

Entretanto, as investigações da Corregedoria-Geral do MPE concluíram que não há provas do envolvimento do membro ministerial no enredo ilícito.

Em coletiva de imprensa concedida nesta quarta-feira (2), Sávio contrapôs a hipótese de possível corporativismo para proteger Prado e disse que o Ministério Público está, na verdade, preocupado em ‘fazer justiça’ e não inocentar alguém.

“Nunca vi alguma apuração que visa provar inocência e, sim, fatos. Com relação àquilo que costumam dizer que é corporativismo: quando o policial comete um crime, quem investiga é a polícia. Quem investiga o magistrado que comete crime, é a Corregedoria do Poder Judiciário; quem investiga o promotor ou membro do Ministério Público, é o procurador-geral de Justiça. Não há como falar que aqui no Ministério Público há corporativismo. O sistema é assim. Da minha parte e da Corregedoria, não estamos preocupados em poupar ninguém, mas preocupados em fazer justiça, vamos apurar regularmente, conforme o sistema e as provas”, afirmou.

Ele ressaltou que as informações obtidas durante as investigações contra Paulo Prado afirmam que as placas foram emprestadas à Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sesp), em 2010, através de um Termo de Cessão – este não chegou a ser publicado, já que a intenção da polícia era de construir um escritório de escutas telefônicas legais e, por isso, as informações eram sigilosas.

Mesmo sem ter a certeza de que as placas que foram usadas na Grampolândia são as mesmas pertencentes ao órgão ministerial, o coordenador do Naco reforçou que não foi nenhum servidor do MPE que teria feito essa “doação” para o esquema.

“As conclusões que há nesse momento das placas. Primeiro é que não temos como afirmar taxativamente que as placas utilizadas naquele escritório criminoso de interceptações telefônicas são as mesmas que haviam aqui no Ministério Público. Mas se forem, como os indícios que apontam nessa direção, não há relação entre a cessão dessas placas para a Secretaria que foi feito pelo então procurador-geral de justiça, Marcelo Ferra, em 2010, com a instalação desse escritório clandestino, que foi em 2014, não tem nenhum nexo causal, ou seja, não foi ninguém do Ministério Público que entregou essas placas com fim de se instalar esse escritório criminoso, isso ficou muito bem claro. Nesse caso, não tem nenhuma dúvida de que o doutor Paulo Prado teve participação na instalação do escritório criminoso de intercepção telefônica”.