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Cuiabá, 16 de Março de 2025

Justiça Trabalhista Quinta-feira, 22 de Setembro de 2022, 13:32 - A | A

Quinta-feira, 22 de Setembro de 2022, 13h:32 - A | A

"CULTIVAR A PAZ"

Justiça estimula plantação de árvores ao homologar acordos trabalhistas

O projeto busca estimular acordos e a preservação do meio ambiente entre trabalhadores, empregadores e advogados

Da Redação

Uma trabalhadora firmou um acordo com o antigo patrão, nesta quarta-feira (21), no Fórum Trabalhista de Tangará da Serra (a 250km de Cuiabá), e ganhou da unidade judiciária uma muda para plantar Ipê Roxo.

Além de encerrar o processo que envolvia reconhecimento de vínculo e estabilidade provisória da gestante, a conciliação pacificou o caso.

Idealizado pela juíza da 2ª Vara de Tangará da Serra, Claudirene Ribeiro, o projeto nasceu da junção de duas paixões da magistrada: a questão ambiental, surgida quando cursava sua primeira graduação, em geografia, e o prazer de ajudar a solucionar conflitos trabalhistas por meio da conciliação.

“Quando você cultiva uma planta, você se envolve. E ao se envolver, dedica cuidado. E a ideia da conciliação também parte dessa necessidade de cuidado de uma pessoa para com a outra, da necessidade de empatia”, explicou Claudirene.

O projeto busca estimular acordos e a preservação do meio ambiente entre trabalhadores, empregadores e advogados. Futuramente, o desejo é que cada acordo resulte diretamente no plantio de uma muda, ajudando a recuperar áreas desmatadas e criando um ‘bosque da paz’, formado por árvores plantadas para celebrar cada conciliação firmada na Justiça do Trabalho da cidade.

O juiz da 1ª Vara de Tangará da Serra, Mauro Vaz Curvo, abraçou a proposta e também se tornou parceiro na implementação do Cultivar a Paz. Com isso, a expectativa é que ao menos 70 mudas sejam distribuídas todos os meses às partes que fizerem a composição amigável em processos judiciais nas varas da cidade.

Além da relevância social, o magistrado lembrou que o projeto se alinha à Agenda 2030 da ONU, em especial por estimular o desenvolvimento sustentável, tanto do ponto de vista econômico, como social e ambiental.

“Nós, magistrados, somos agentes de pacificação social e esse projeto busca isso, incentivar a resolver os conflitos por meio do diálogo, da transparência, da ética”, ressalta.

Cultivar a Paz

Ao homologar o acordo, a juíza Claudirene Ribeiro destacou que o empresário e a trabalhadora assumiram as rédeas do caso para resolver em definitivo o conflito. Segundo ela, a entrega das mudas vai além do simbolismo.

“A ideia não é apenas fazer o acordo, mas que saiam daqui com a sensação de paz, de que conseguiram fazer o melhor que podiam naquele momento. A paz é algo que exige cuidado e com a planta é a mesma coisa. Se você não cuidar, ela vai morrer!”, destacou.

Para além da questão trabalhista, o desejo é que as partes envolvidas passem a olhar a vida com responsabilidade. “Toda vez que vocês olharem para a planta, lembrem-se também de olhar ao seu redor aquilo que você pode melhorar no sentido de pacificar e de sensibilizar com as demais pessoas”, finalizou a juíza.

A implementação do projeto contou com o apoio da Assessoria de Sustentabilidade, Acessibilidade e Inclusão do TRT. Os trabalhos envolveram, inclusive, a construção do Termo de Parceria firmado com o Município para doação das mudas ao Fórum de Tangará da Serra.

Outros processos

Dois outros acordos também foram firmados no contexto do lançamento do projeto Cultivar a Paz, ambos com a participação das partes rés nos processos de forma telepresencial (videoconferência). Presente fisicamente nas audiências, o advogado Odacir Cavalheiro representou duas trabalhadoras que ajuizaram ações contra seus antigos empregadores. Ele também foi agraciado com uma muda de árvore. (Com informações da Assessoria do TRT-MT)