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Cuiabá, 05 de Julho de 2025

Justiça Estadual Segunda-feira, 28 de Outubro de 2019, 09:39 - A | A

Segunda-feira, 28 de Outubro de 2019, 09h:39 - A | A

ALEGAÇÕES FINAIS

Promotor reafirma que está comprovada a participação de militares em grampos e reitera pedido de condenação

Por outro lado, em relação aos outros acusados, o coronel Ronelson Barros e o tenente-coronel Januário Batista, o promotor pediu para que sejam absolvidos

Lucielly Melo

O promotor de Justiça, Allan Sidney do Ó de Souza, reafirmou que as provas contidas nos autos da “Grampolândia Pantaneira” comprovam a participação dos coronéis Zaqueu Barbosa e Evandro Lesco e do cabo da Polícia Militar, Gerson Luiz Corrêa Júnior, no esquema de interceptação telefônica clandestina.

Ao Ponto na Curva, o promotor disse que já apresentou as alegações finais do Ministério Público, reafirmando o posicionamento dado anteriormente ao reinterrogatório dos militares, que são réus confessos, pedindo para que a Justiça os condene pelas práticas ilícitas.

O MP havia requerido a condenação de Zaqueu a 23 anos de prisão, Gerson a 18 anos de prisão e Lesco até cinco anos de reclusão.

Por outro lado, em relação aos outros acusados, o coronel Ronelson Barros e o tenente-coronel Januário Batista, o promotor pediu para que sejam absolvidos. Entretanto, Allan lembrou que a situação pode mudar, diante da apresentação de novos documentos que foram juntados aos autos.

“Foram juntados novos documentos e pode ser que depois do terceiro interrogatório, pode ser que haja uma alteração do panorama processual, mas por enquanto tem cinco acusados. Eu fui promotor das alegações finais e entendi que, por ora, da absolvição do coronel Januário e Barros, por outro lado entendemos que está fartamente comprovada a participação do coronel Zaqueu, Lesco e do cabo Gerson”.

“O julgamento está marcado, esperamos que não haja nenhuma alteração. Recebemos algumas documentações do Naco Criminal para juntar no processo para ver se existe tempo hábil, por conta das assistentes da acusação, que é a deputada Janaina Riva e uma jornalista, porque tem que dar ciência à elas, por seus advogados e depois dar ciência aos acusados. Por enquanto esse é o nosso entendimento”, completou.

Os militares sentarão no banco dos réus nos dias 6, 7 e 8 de novembro deste ano, pelos crimes de ação militar ilícita, falsificação de documento, falsidade ideológica e prevaricação.

O julgamento será presidido pelo juiz Marcos Faleiros, na Vara Especializada da Justiça Militar, com a participação do Conselho Especial, composto pelos coronéis Elierson Metello de Siqueira, Valdemir Benedito Barbosa, Luiz Cláudio Monteiro da Silva e Renato Antunes da Silveira Júnior, que atuarão como juízes militares.

Entenda mais sobre a Grampolândia

O esquema de grampos ilegais ocorrido em Mato Grosso veio à tona em maio de 2017, quando se descobriu que advogados, magistrados, políticos, médicos e jornalistas foram interceptados de forma clandestina.

Segundo as investigações, os acusados teriam utilizado uma decisão judicial do juízo Criminal de Cáceres, que havia autorizado a interceptação telefônica de policiais militares suspeitos de desvio de função e traficantes e promovido uma “barriga de aluguel – que consiste na inserção de números telefônicos de pessoas que não fazem parte de uma investigação.

Os militares chegaram a ser presos, mas atualmente estão em liberdade.

Em reinterrogatório, Zaqueu, Lesco e Gerson confessaram que participaram dos ilícitos a mando do ex-governador Pedro Taques e do seu primo, ex-chefe da Casa Civil, Paulo Taques, para atender seus interesses políticos.