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Cuiabá, 17 de Abril de 2025

Justiça Estadual Terça-feira, 27 de Outubro de 2020, 10:58 - A | A

Terça-feira, 27 de Outubro de 2020, 10h:58 - A | A

ESCUTAS ILEGAIS

Ministro do STJ cobra informações sobre investigações contra delegado

As informações devem ser prestadas pelo desembargador Orlando Perri, relator do caso no Tribunal de Justiça de Mato Grosso

Lucielly Melo

O ministro Ribeiro Dantas, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), quer saber se já foram concluídos os inquéritos contra o delegado Rogers Jarbas, acusado de tentar embaraçar as investigações sobre o esquema de escutas ilegais em Mato Grosso.

O despacho foi proferido no último dia 22.

As informações devem ser prestadas pelo desembargador Orlando Perri, relator do caso no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT).

Segundo o ministro, a Sétima Vara Criminal de Cuiabá noticiou que o caso está sendo conduzido pela autoridade policial desde julho de 2019.

“Solicitem-se informações, com urgência, ao Exmo. Desembargador Orlando Perri, do Tribunal de Justiça do Mato Grosso, acerca do andamento e eventual conclusão dos Inquéritos Policiais 564549 (n.º 87.132/2017 - TJ-MT) e 564562 (n.º 91.285/2017 - TJ-MT), considerando as últimas informações prestadas pelo Juízo da 7.ª Vara Criminal de Cuiabá-MT, de que os referidos feitos encontram-se com a autoridade policial desde 30/07/2019 para a conclusão das investigações”, diz trecho do despacho.

O despacho consta nos autos do habeas corpus ingressado pela defesa de Jarbas, que tenta anular os inquéritos, que são frutos da Operação Esdras.

Em dezembro de 2018, o ministro negou liminar da defesa, por não identificar nenhuma ilegalidade que pudesse interromper as investigações. O mérito do HC ainda deve ser analisado pelo STJ, após a ida das informações sobre o andamento dos inquéritos.

Entenda o caso

O suposto esquema de grampos ilegais veio à tona em maio de 2017, quando se descobriu que políticos, juízes, advogados, médicos e jornalistas haviam sido interceptados de forma ilegal.

Na época, chegaram a ser presos os coronéis Zaqueu Barbosa, Evandro Lesco, Ronelson Barros, o tenente-coronel Januário Batista e o cabo da PM, Gerson Corrêa Barbosa.

Além disso, o governador Pedro Taques foi acusado de ter comandado o esquema para obter informações de seus adversários políticos.

Em setembro do mesmo ano, o desembargador Orlando Perri mandou prender várias pessoas do alto escalão do governo, durante a Operação Esdras, que teriam se envolvido nos grampos. Foram elas: o ex-Casa Civil Paulo Taques; Evandro Lesco juntamente com sua esposa, Helen Christy Lesco; o delegado Rogers Jarbas, o então secretário de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), coronel Airton Benedito Siqueira Junior, o sargento João Ricardo Soler, o major da PM Michel Ferronato e o empresário José Marilson da Silva.

O ministro Mauro Campbell, do STJ, chegou a avocar o inquérito e decretou sigilo dos autos. Mas, após o término da gestão de Taques, o ministro devolveu as investigações para a primeira instância apurar.