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Cuiabá, 15 de Junho de 2025

Justiça Estadual Quarta-feira, 19 de Janeiro de 2022, 09:45 - A | A

Quarta-feira, 19 de Janeiro de 2022, 09h:45 - A | A

OPERAÇÃO MANDATÁRIO

Criminosos usavam advogados para comprar imóveis e lavar dinheiro

Além dos veículos, também eram usados imóveis pela organização criminosa; os bens foram alvos de sequestro judicial

Da Redação

Investigações que culminaram na Operação Mandatário, que cumpriu 51 mandados judiciais nos últimos dois dias, constataram que um apartamento em edifício de alto padrão e um prédio com 20 quitinetes, além de veículos, eram usados para lavagem de dinheiro oriundo de atividades ilícitas praticadas por uma facção criminosa em Mato Grosso.

De acordo com as investigações, para adquirir os veículos, os criminosos usavam nome de terceiros, inclusive de advogados.

Os bens citados na operação foram alvos de mandados de sequestro judicial. Além disso, a Força-Tarefa de Segurança Pública (FTSP-MT) apreendeu dinheiro em espécie e joias, além de bloquear contas bancárias no valor de até R$ 5 milhões.

Os mandados, expedidos pela 7ª Vara Criminal de Cuiabá, foram cumpridos em cidades dos Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e miram integrantes do núcleo contábil e financeiro da maior facção criminosa presente em Mato Grosso.

Seis investigados foram presos preventivamente e um em flagrante.

Modo de agir

O nome da operação faz menção à pessoa de confiança de um dos líderes e tesoureiro da facção, já preso em unidade de Mato Grosso e também alvo da operação.

O principal alvo da Operação Mandatário atuava como braço direito do tesoureiro e era responsável pela execução das ordens nas ruas, recolhimento de dinheiro, ou seja, atuava como mandatário do criminoso. Ele foi preso com mais de meio milhão de reais em espécie e se passava por advogado, mesmo sem ter concluído o curso de direito. Era responsável por recolher semanalmente o dinheiro em bocas de fumo e de outras atividades ilícitas. Depois era feita a contabilidade dos valores e o lucro distribuído entre os líderes da organização criminosa.

De acordo com o delegado da Polícia Civil de Mato Grosso, Frederico Murta, um dos responsáveis pela investigação, a força-tarefa chegou também a outros alvos, entre eles um contador e empresários, que atuavam na lavagem, camuflagem e aplicação do dinheiro da organização criminosa.

O contador era responsável pela abertura de empresas utilizadas para lavar o dinheiro da facção e fornecia contas bancárias para que que os criminosos pudessem fazer movimentações rápidas, a fim de não deixar vestígios que pudessem atrair a fiscalização. As empresas eram criadas para movimentar vultosas quantias de dinheiro e logo depois, encerradas, com o intuito de burlar a investigação. Quando os órgãos de fiscalização detectavam as movimentações atípicas, as empresas já estavam encerradas.

Conforme a Força-Tarefa neste período de quase um ano de investigação, foi apurado que a organização também lavava o dinheiro com a aquisição de patrimônio, entre eles imóveis, como casas e apartamento.

Sequestro de bens e apreensões

Além dos veículos, foram sequestrados sete imóveis e efetuadas 10 ordens de bloqueio de contas bancárias e de investimentos totalizando um valor estimado em cerca de R$ 10 milhões de reais.

Foram cumpridos ainda 12 mandados de busca e apreensão em residências, empresas e em um escritório de contabilidade. Durante as buscas, além de documentos, foram apreendidos uma arma de fogo, joias de alto valor e mais de meio milhão de reais em espécie.

Força-Tarefa

É composta em Mato Grosso pela Polícia Federal, Polícia Civil, Polícia Militar, Polícia Rodoviária Federal e Sistema Penitenciário e tem por objetivo realizar a atuação conjunta e integrada no combate ao crime organizado no Estado. (Com informações da Assessoria da Polícia Civil)