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Penal Terça-feira, 16 de Julho de 2019, 09:59 - A | A

16 de Julho de 2019, 09h:59 - A | A

Penal / GRAMPOLÂNDIA PANTANEIRA

Borges adita denúncia contra ex-secretário acusado de envolvimento nos grampos

Para o MPE, Paulo Taques criou uma “estória cobertura” sobre o suposto atentado do ex-comendador João Arcanjo Ribeiro contra si e seu primo, o então governador Pedro Taques, para conseguir monitorar as conversas de Tatiane Sangalli

Lucielly Melo



O Ministério Público do Estado (MPE) aditou a denúncia já existente contra o ex-chefe da Casa Civil, Paulo Taques, por supostamente enganar as delegadas Alessandra Saturnino e Alana Darlene Cardoso e grampear, ilegalmente, a ex-amante Tatiane Sangalli Padilha e sua secretária Caroline Mariano.

O documento foi protocolado na Sétima Vara Criminal de Cuiabá nesta segunda-feira (16), pelo procurador-geral de Justiça José Antônio Borges.

Segundo o MPE, os fatos ocorreram em 2015, quando os números telefônicos foram inseridos numa “barriga de aluguel”, levando Sangalli e Mariano a serem investigadas nas Operações Forti e Querubim.

O procurador-geral de Justiça citou que Taques criou uma “estória cobertura” sobre o suposto atentado do ex-comendador João Arcanjo Ribeiro contra si e seu primo, o então governador Pedro Taques, para conseguir monitorar as conversas feitas entre Sangalli e Mariano.

“Para dar cabo à sua vontade, Paulo Taques utilizou-se do conhecimento que possuía, de que Tatiane tinha amizade com Kelly Arcanjo, filha de João Arcanjo Ribeiro, e inventou uma “história cobertura” de que através de Sangalli e Caroline o “Comendador” obteria informações suficientes para planejar um atentado contra sua vida e do então governador Pedro Taques, seu primo”, pontuou Borges.

Com efeito, o intento de Paulo Taques nunca foi realizar uma investigação criminal, mas sim evitar que sua intimidade fosse exposta e que fatos ocorridos na Casa Civil viessem a público

Desconfiado que as duas vazavam informações à seu respeito, pediu também para que as delegadas inserissem o telefone do jornalista Muvuca, mas Alessandra Saturnino negou o plano de interceptar o profissional por entender que não estava claro sua participação no enredo ilícito planejado contra o governador.

Segundo o procurador-geral não ficou claro a atuação de Sangalli e Mariano no plano de atentado citado por Taques e que as delegadas, ao quebrarem o sigilo telefônico das duas, induziram à erro o Poder Judiciário e o MPE.

“Isto demonstra que a suposta ameaça contra a vida do Chefe da Casa Civil e do Governador nunca existiu, não passando de uma “história cobertura” inventada pelo Acusado para monitorar, ilegalmente, sua ex-amante e sua secretária”.

“Com efeito, o intento de Paulo Taques nunca foi realizar uma investigação criminal, mas sim evitar que sua intimidade fosse exposta e que fatos ocorridos na Casa Civil viessem a público”, completou Borges.

Improbidade

Borges encaminhou cópia dos autos ao promotor de Justiça Reinaldo Rodrigues de Oliveira Filho, para avaliar a prática de improbidade administrativa cometida por Paulo Taques, uma vez que os atos criminosos foram praticados quando ele ocupava o cargo de secretário de Estado, bem como para apurar se as delegadas também cometeram tal prática. 

Por outro lado, pediu o arquivamento do inquérito policial contra elas, por não haver dolo específico necessário para configurar o crime do art. 10 da Lei 9.296/96 (escutas clandestinas).

LEIA A ÍNTEGRA DA DENÚNCIA ABAIXO:

Anexos