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Opinião Sexta-feira, 03 de Abril de 2020, 11:12 - A | A

03 de Abril de 2020, 11h:12 - A | A

Opinião /

Os efeitos do Coronavírus nas relações de família

Num mundo cada vez mais tecnológico, a crise, ao contrário de nos aproximar dos entes queridos (é o que se esperava), segue nos deixando cada vez mais absortos na “rede”



Dados oficiais dão conta da disparada de casais em busca de divórcio na China, no pós Covid-19.

As notícias evidenciam uma das facetas desta crise social catastrófica que assola os continentes.

Tão logo retomam o cotidiano, a normalidade, os chineses anseiam, mais do que nunca, viver o que lhes resta, mas de modo diferente.

Se deram conta da finitude?

O convívio era tão caótico?

Não sabemos.

Os efeitos do isolamento começam a ser sentidos por nós aqui no hemisfério sul.

O café com as amigas, perdeu o inebriante aroma para as cores frias das telas dos computadores.

O futebol semanal dos amigos cedeu lugar para o brinde virtual das taças de vinho, quiçá uma cerveja gelada.

Num mundo cada vez mais tecnológico, a crise, ao contrário de nos aproximar dos entes queridos (é o que se esperava), segue nos deixando cada vez mais absortos na “rede”.

Calorosos e afetuosos por natureza, nos vemos privados de nosso círculo social. Estamos restritos as nossas famílias, teclas e telas de computadores e smartphones. Nossa capacidade de demonstrar carinho e afeto, contudo, anda bastante comprometida. Se estamos isolados em nossa intimidade, poderíamos aproveitar o momento e redescobrir amores. Mas, não temos paz. O medo ronda até os incautos otimistas de carteirinha. Tem sido difícil manter o equilíbrio nos lares, os “memes” que o digam.

Os números da China, que serviram de alerta para uma das maiores crises de nosso sistema público de saúde, são, em igual medida, termômetro das iminentes rupturas de conjugalidade no Brasil?

Difícil prever. Entre tantas, soma-se mais uma às incertezas que nos circundam.

Quem viver, verá.

Juliana Giachin é presidente do IBDFAM-MT