Para garantir a integridade das eleições de 2026, o desembargador Marcos Machado, vice-presidente e corregedor regional eleitoral, pretende convocar as Forças Armadas para inibir qualquer atuação das facções criminosas no pleito do ano que vem.
Após tomar posse no Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE-MT) nesta quarta-feira (14), Machado revelou que uma das grandes preocupações para a nova gestão do órgão é o combate aos grupos criminosos, que se infiltram na esfera da política com o financiamento da campanha de determinados candidatos.
“Eu já venho, obviamente, no tribunal, com grupos, com comissões... Vamos ter que trazer para essa arena essa situação e buscar os órgãos federais: Marinha, Exército Brasileiro, Polícia Federal, ABIN [Agência Brasileira de Inteligência], que o sistema estadual não tem”.
Ele citou o caso do vereador Ary Campos, de Rondonópolis, que teve o mandato cassado por suspeita de usar dinheiro de uma facção para promover campanha política.
“Hoje foi cassado um vereador em Rondonópolis. E nós temos que enxergar isso, não só nas eleições municipais, do que já existe instalado e o que se quer alcançar. Esse trabalho eu vou conduzir”, afirmou.
Machado frisou que o Tribunal tem outras prioridades, inclusive, as demandas já pautadas pelo Tribunal Superior Eleitoral. Contudo, o combate às facções será um dos grandes desafios.
“Essa vai ser grande preocupação. É óbvio que aqui tem todas as prioridades. Existem metas, mas eu como cidadão, como juiz, que quero andar com liberdade, que quero ter segurança, que quero não quero ver violência, eu não quero ver tanta crueldade”.
Por fim, ele ainda ressaltou que há um descontrole entre as facções criminosas em todos os poderes, o que precisa ser combatido pelo Estado.
“É uma situação paralela de governança. E essa situação não é só no Brasil. O México hoje é narcoestado. Mas a Itália já enfrentou isso no século passado. Então, nós temos que nos organizar. Não é possível que o estado não se imponha”.
Machado vai atuar ao lado da desembargadora Serly Marcondes, presidente do TRE, nas eleições de 2026, quando serão escolhidos deputados estaduais, deputados federais, governador, senadores e presidente da República.
