A Justiça Estadual designou para o dia 30 de junho deste ano, o júri popular do advogado Nauder Júnior Alves de Andrade pela tentativa de feminicídio contra sua ex-companheira.
A decisão foi proferida pela juíza Mônica Catarina Perri Siqueira, da 1ª Vara Criminal de Cuiabá.
“Assim, defiro a oitiva das testemunhas e inexistindo diligências a serem realizadas e irregularidades a serem sanadas, dou como preparado o presente processo para que o pronunciado seja submetido a julgamento, cuja sessão designo para o dia 30 de JUNHO de 2025, às 13h30min, no Plenário do Tribunal do Júri desta Capital”, diz trecho da decisão da magistrada, que irá conduzir a sessão de julgamento.
Nauder é acusado de tentar matar a então namorada com golpes de barra de ferro, em Cuiabá, em agosto de 2023. Ele ficou preso até maio de 2024, quando foi solto, mediante o cumprimento de medidas cautelares, dentre elas, o monitoramento eletrônico.
Na denúncia, o Ministério Público apontou que o homicídio tentado foi cometido por motivo fútil, mediante recurso que impossibilitou a defesa da vítima, por razões da condição do sexo feminino (feminicídio).
O MPE narrou que o casal namorou por cerca de 12 anos e que a relação sempre se mostrou conturbada, por conta do comportamento agressivo do denunciado em razão do uso de entorpecentes.
“O crime foi cometido sem que existisse qualquer motivação relevante para tal, em meio a discussão banal provocada pelo denunciado, agindo, portanto, impelido por motivo fútil. O denunciado agrediu a vítima repentina e inesperadamente, num momento em que ela estava dormindo, dificultando esboçar qualquer gesto eficiente de defesa. Nauder Júnior praticou o crime num contexto de violência doméstica por ele alimentada, prevalecendo-se de sua superioridade física, em flagrante menosprezo à condição de mulher da vítima (eram namorados), e, portanto, por razões da condição do sexo feminino da vítima”, diz trecho da denúncia.
O acusado interpôs diversos recursos, inclusive ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) para impedir o júri, porém, os pedidos foram negados.
Atualmente, o advogado usa tornozeleira eletrônica, imposta pela Justiça para garantir a segurança da vítima.