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Cuiabá, 17 de Maio de 2025

Justiça Estadual Quarta-feira, 26 de Outubro de 2016, 14:01 - A | A

Quarta-feira, 26 de Outubro de 2016, 14h:01 - A | A

entre 2003 e 2009

Empresários montaram "cartel" para desviar recursos da AL, revela colaborador

Isso é o que revela o empresário Elias Abrão Nassarden Junior, dono da papelaria Livropel Comércio e Representações e Serviços Ltda, no acordo de colaboração premiada firmado com o Ministério Público de Mato Grosso

Antonielle Costa

Três empresários do ramo de papelaria teriam montado um “cartel” na Assembleia Legislativa de Mato Grosso, onde controlavam as licitações e contratações do referido ramo entre os anos de 2003 e 2009..

Isso é o que revela o empresário Elias Abrão Nassarden Junior, dono da papelaria Livropel Comércio e Representações e Serviços Ltda, no acordo de colaboração premiada firmado com o Ministério Público de Mato Grosso, nos autos da ação penal oriunda da Operação Imperador.

Em depoimento prestado ontem (25) nas dependências do Gaeco e na presença dos promotores Samuel Frungilo e Carlos Zarour e dos delegados Wylton Massao e Carlos Marchi, o empresário revelou a participação de mais dois proprietários de papelaria nas fraudes na AL, são eles: Wilson de Oliveira, conhecido como “Wilson da Grafite”, dono da rede Grafite em Várzea Grande e Cuiabá. O outro empresário é Augusto Menezes, dono da papelaria Uze, em Cuiabá

“Que então teve uma reunião em que participaram o declarante, o Augusto da Uze, o Wilson da Grafite e outra empresa que não se recorda, oportunidade em que Wilson presidiu a reunião e distribuiu os lotes entre os empresários combinado o valor da proposta de cada um e quem iria cobrir o valor da proposta de quem e posteriormente tudo ocorreu como planejado, ou seja, não fornecia nada, emitia a nota, ficava com 12% e devolvia o restante, o que ocorreu durante todo o ano de 2006”, diz um trecho do depoimento.

Elias Nassarden contou ainda que tinha várias empresas de fachada em nome de seus familiares para que pudesse disputar as licitações na Assembleia e assim sempre se consagrava vencedor.

O empresário iria ser interrogado ontem (25), mas a oitiva foi adiada para sexta-feira (28), a partir das 10h, para que as defesas dos demais réus tivessem conhecimento do teor das suas declarações.

A ação penal se encontra na fase de instrução, tendo algumas testemunhas já sido ouvidas, inclusive a esposa do ex-deputado José Riva, Janete Riva.

Leia AQUI a íntegra do depoimento

Operação Imperador

O caso veio à tona durante a deflagração da Operação Imperador, que investiga o desvio de R$ 61 milhões dos cofres do Legislativo, entre os anos de 2005 a 2009, por meio de compras de fachada com empresas fornecedoras de materiais gráficos.

A operação foi deflagrada em fevereiro de 2015 e resultou na prisão de José Riva, que para o MPE é o líder no suposto esquema. A prisão foi revogada em junho daquele ano.

Além de Riva e sua esposa Janete, foram denunciados: Djalma Ermenegildo, Edson José Menezes, Manoel Theodoro dos Santos, Djan da Luz Clivatti, Elias Abrão Nassarden Junior, Jean Carlo Leite Nassarden, Leonardo Maia Pinheiro, Elias Abrão Nassarden, Tarcila Maria da Silva Guedes, Clarice Pereira Leite Nassarden, Celi Izabel de Jesus, Luzimar Ribeiro Borges e Jeanny Laura Leite Nassarden.