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Cuiabá, 11 de Julho de 2025

Legislativo Segunda-feira, 20 de Abril de 2020, 16:26 - A | A

Segunda-feira, 20 de Abril de 2020, 16h:26 - A | A

DESVIOS DE VERBA INDENIZATÓRIA

MP tenta localizar notas fiscais que ‘desapareceram’ da AL antes de encerrar inquérito contra ex-deputado

O Ministério Público tentará encontrar os documentos fiscais para não ser forçado a arquivar um inquérito contra Wagner Ramos

Lucielly Melo

O Conselho Superior do Ministério Público do Estado (MPE) tenta localizar eventuais notas “frias” que podem comprovar a participação do ex-deputado estadual, Wagner Ramos, num esquema fraudulento que teria desviado recursos públicos da Assembleia Legislativa.

Tais documentos teriam “desaparecido” da Casa de Leis. O sumiço desses comprovantes tem sido alvo de discussão no MPE, já que um inquérito instaurado contra o ex-parlamentar está prestes a ser arquivado por falta de provas.

O esquema de notas frias é objeto de investigação da Operação Dèja vú, que levou outros deputados – como o presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho e Ondanir Bortolini (o Niininho) – a serem alvos de ação judicial, após suposta utilização indevida de verba indenizatória, entre os anos de 2012 e 2015.

Responsável por conduzir o inquérito contra Wagner Ramos, o promotor de Justiça, Mauro Zaque, não encontrou indícios concretos que ligam o ex-deputado ao esquema ilícito. Por conta disso, segundo o promotor, ficou inviável a propositura de ação e emitiu parecer para arquivar a investigação, inocentando Ramos.

O pedido de arquivamento foi encaminhado para o Conselho Superior do MPE, sob a relatoria do procurador de Justiça, Luiz Eduardo Martins Jacob, que votou para atender o pedido de Zaque e dar fim ao procedimento investigatório.

Porém, a procuradora de Justiça, Ana Cristina Bardusco, pediu vista para melhor analisar o caso.

Em sessão extraordinária realizada no último dia 6, Bardusco lembrou que o MPE conseguiu juntar provas em outros inquéritos e processou diversos deputados que teriam se envolvido no enredo ilícito.

Por conta disso, ela tentará contatar as empresas que forneceram os serviços para Ramos para localizar as notas fiscais, que possam atribuir a participação dele nos desvios.

Bardusco ainda citou outros procedimentos investigatórios que não foram conclusos, também por falta de provas. Desta forma, ela sugeriu que o MPE unifique os casos para que novas diligências sejam realizadas até que os comprovantes sejam encontrados.

A investigação contra Wagner Ramos tramita em segredo de Justiça.