Lucielly Melo
O Ministério Público do Estado (MPE) instaurou um inquérito civil para apurar suposta chantagem feita por um ex-funcionário da empresa CMF Empreendimentos ME contra a prefeita de Chapada dos Guimarães, Thelma de Oliveira.
De acordo com o promotor de Justiça, Leandro Volochko, responsável por abrir a investigação, uma notícia fato já apurava a situação denunciada pela própria prefeita juntamente com o procurador-geral do município, Renato de Almeida Orro Ribeiro e o ex-secretário municipal de Finanças, Hermes Eduardo de Souza e Silva.
Segundo o promotor, o então funcionário da CMF Empreendimentos, Diogo Pimenta de Siqueira, estaria tentando chantagear o Executivo para obter pagamentos relativos às obras em realização e evitar punição administrativa.
A chantagem foi feita durante conversa com Hermes Eduardo, na época secretário municipal de Finanças, que gravou o diálogo. Tal áudio seria usado para possível abertura de investigação pela Câmara de Vereadores numa tentativa de afastar a prefeita do cargo.
“Após analisar detidamente os documentos e, notadamente, ouvir o áudio da conversa do então secretário de finanças de Chapada dos Guimarães, defiro a instauração de inquérito civil nos termos da Resolução n. 052/2018 do Conselho Superior do Ministério Público do Estado de Mato Grosso”, decidiu o promotor.
Na portaria de instauração do inquérito, Volochko disse que a conduta do então secretário municipal de Finanças é suspeita no caso. Por isso, ele também responde ao inquérito.
“Muito embora a NF seja no sentido de convencer o Ministério Público sobre a existência de uma possível chantagem em curso contra a Prefeita de Chapada dos Guimarães, chama a atenção o áudio para comportamento pouco ortodoxo/republicano do então secretário municipal de finanças, sr. HERMES, no sentido de ajudar e orientar o funcionário da empresa contratada para realizar obras públicas a não tomar prejuízo. Entendo que o diálogo travado inspira suspeitas de possível manipulação em planilhas das obras para, justamente, evitar-se eventual prejuízo da empresa CMF Empreendimentos ME relativo ao contrato n. 055/2018. Tal fato é o objeto de investigação deste inquérito civil”, entendeu o promotor.
Ao final, o representante do MPE requereu à CMF Empreendimentos que esclareça, no prazo de 10 dias, sobre os motivos que levaram ao desligamento do funcionário Diogo Pimenta. A empresa ainda terá que explicar sobre o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) realizado com o Município de Chapada dos Guimarães.
O promotor ainda mandou notificar Renato Orro, Antônio Augusto (dono da CMF Empreendimento) e os investigados para prestarem esclarecimentos sobre os fatos no MPE.
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