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Cível Quinta-feira, 04 de Junho de 2020, 08:54 - A | A

04 de Junho de 2020, 08h:54 - A | A

Cível / PROBLEMAS RESPIRATÓRIOS

Estado deve antecipar período de proibição de queimadas, diz MPE

Segundo o órgão ministerial, a pandemia causada pela Covid-19, que compromete as vias respiratórias e pulmonares, quadro que, se associado aos graves impactos trazidos pelas queimadas, poderá provocar o colapso do sistema de saúde pública

Da Redação



O Ministério Público do Estado (MPE) notificou o governador Mauro Mendes, para que antecipe o período de restrição do uso do fogo para 5 de junho, Dia Internacional do Meio Ambiente.

Foi recomendado também a prorrogação do período final para o dia 30 de outubro.

A notificação levou em consideração vários fatores, entre eles um estudo que aponta o aumento do número de internações de crianças menores de cinco anos em período de estiagem em razão da poluição do ar provocada pelas queimadas.

“Pesquisas demonstram que o período mais crítico para a saúde pública no estado de Mato Grosso se dá no período de incidência das queimadas, entre os meses de abril a novembro, com um aumento da demanda por atendimento ambulatorial em razão de doenças respiratórias em crianças residentes em municípios ao norte do estado, região do arco do desmatamento na Amazônia brasileira e também, um aumento de internações por asma em idosos”, diz um trecho notificação, assinada pelo procurador-geral de Justiça, José Antônio Borges Pereira, pelo titular da Procuradoria Especializada de Defesa Ambiental e da Ordem Urbanística, Luiz Alberto Esteves Scaloppe, e pelas promotoras de Justiça, Ana Luíza Ávila Peterlini de Souza e Maria Fernanda Correa da Costa.

Os membros do Ministério Público chamaram a atenção para o desafio enfrentado com a pandemia do novo coronavírus (Covid-19), que compromete as vias respiratórias e pulmonares, quadro que, se associado aos graves impactos trazidos pelas queimadas, poderá provocar o colapso do sistema de saúde pública.

“A coincidência desses dois grandes impulsos, queimadas e Covid-19, tenderão a aumentar a procura das unidades de saúde e causará prejuízos sociais e econômicos a toda a sociedade, com destaque para os residentes da área rural que habitam assentamentos, unidades de conservação e terras indígenas, exatamente por conta do menor acesso a unidades de saúde e maior exposição à poluição do ar”, acrescentaram.

Segundos dados oficiais do Deter, no período compreendido entre agosto de 2019 a abril de 2020, Mato Grosso desmatou, com solo exposto, área de 1.264, 80 Km, cujos números se mostram 91% superior ao desmatamento ocorrido entre agosto de 2018 a abril de 2019.

O MPE alertou que o desmatamento está intimamente associado às queimadas ilegais. O número de focos de calor no Estado também aumentou de 18.032 em 2018 para 31.169 em 2019. (Com informações da Assessoria do MPE)