Lucielly Melo
O Ministério Público do Estado (MPE) investiga se o esquema criminoso que ocasionou o suposto rombo de quase R$ 8 milhões, apurado na Operação Quadro Negro, continuou na gestão do ex-governador Pedro Taques.
No último dia 10, o órgão ministerial formalizou uma denúncia na Sétima Vara Criminal de Cuiabá contra o ex-governador Silval Barbosa, o ex-secretário Pedro Nadaf, os empresários Valdir Piran e Weydson Soares Fonteles, os servidores Francisvaldo Pereira de Assunção, Djalma Souza Soares e Edevamilton de Lima Oliveira e o ex-diretor do antigo Centro de Processamento de Dados do Estado (Cepromat), Wilson Celso Teixeira, pelos desvios ocasionados na má execução dos contratos firmados com a empresa Avançar Tecnologia em Softwares Ltda. Os fatos ocorreram em 2014.
Os referidos contratos foram celebrados para que a empresa fornecesse softwares com aulas interativas e acompanhamento técnico pedagógico, em favor da Cepromat e da Secretaria de Estado de Educação (Seduc) – e é sobre as irregularidades desta última parceria que o promotor de Justiça Roberto Aparecido Turin quer saber continuaram quando Taques já estava no Governo do Estado.
Em um pedido em que requereu o compartilhamento de provas do inquérito policial oriundo da operação, o promotor explicou que já há um inquérito civil instaurado para apurar a execução do contrato entre a Seduc e a Avançar e os indícios de pagamento de vantagens indevidas na gestão de Taques.
Segundo o promotor, a investigação foi aberta após declarações feitas por Silval e Nadaf, em suas delações premiadas.
"Tendo em vista a necessidade de conhecimento das provas até o momento produzidas na seara criminal quanto ao objeto de investigação citado, solicito Vossa Excelência informar se houve a instauração de algum inquérito policial referente aos fatos objeto das investigações supracitadas e, em caso positivo, o compartilhamento das informações já obtidas, para fins de instrução do inquérito civil em epígrafe, exclusivamente em meio digital”, requereu Turin.
O pedido, que inicialmente foi encaminhado à 14ª Promotoria Criminal da Defesa da Administração Pública e Ordem Tributária, foi levado para apreciação do Juízo da Sétima Vara Criminal de Cuiabá.