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Penal Sexta-feira, 08 de Novembro de 2019, 08:58 - A | A

08 de Novembro de 2019, 08h:58 - A | A

Penal / GRAMPOS ILEGAIS

Perdão é prêmio para cabo por ter coragem em delatar mandantes, comemora defesa

Para o advogado Neyman Monteiro, “a coragem foi responsável pelo perdão judicial”

Lucielly Melo



O cabo da Polícia Militar, Gerson Luiz Corrêa Júnior, acabou sendo “perdoado” pela Justiça Militar da primeira instância, por ter confessado sua participação no esquema de grampos ilegais e delatado ex-membros do alto escalão do Estado e até promotores de Justiça.

A defesa vê o perdão judicial dado durante o julgamento sobre a Grampolândia Pantaneira, finalizado na noite desta quinta-feira (7), como um “prêmio para quem teve coragem” de entregar o ex-governador Pedro Taques, o ex-chefe da Casa Civil e Paulo Taques, ambos primos, que seriam os mandantes do esquema.

“Como um prêmio para quem tem coragem como ele teve. Falou de um governador nas suas funções antes da eleição, falou do primo do governador, a época da juíza [Selma Arruda] e demais integrantes da promotoria”, disse o advogado Neyman Monteiro, que representa a defesa do oficial.

“A coragem foi responsável pelo perdão judicial”, completou.

Indagado se o cabo vai manter o perfil de colaborador da Justiça em outros procedimentos investigatórios sobre o escritório clandestino de escutas, o advogado declarou que vai depender da postura das autoridades inclusive nas investigações contra as delegadas e promotores que estariam envolvidos no caso. Para ele, a promotoria age com “corporativismo” ao não querer punir seus membros.

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“Guerra jurídica”

As etapas da ação penal oriunda da Grampolândia Pantaneira até o julgamento final, fez parte de uma "guerra jurídica" para a defesa, que adotará o mesmo posicionamento em outros processos cíveis e criminais que o cabo deve responder.

“Esse foi o início da guerra jurídica, é assim que vejo. A primeira parte vencemos. Vamos para a segunda, terceira e quantas vier a defesa está preparada”, afirmou Neyman.

Se o militar será ou não absolvido nesses outros processos, vai depender do andamento nas outras instância, marcha processual, das provas e da instrução, segundo a defesa.

“A defesa fará o mesmo trabalho em qualquer tipo de ação que vier”, concluiu.