Lucielly Melo
O ex-secretário Permínio Pinto revelou, em delação premiada, a suposta influência que o deputado federal, Nilson Leitão, tinha no esquema de desvios engendrado na Secretaria de Estado de Educação (Seduc), fato investigado na Operação Rêmora.
De acordo com o jornal MT2, da TV Centro América, o parlamentar teria ficado tão preocupado com a possibilidade do ex-secretário firmar acordo de colaboração premiada, que teria enviado o advogado Marcelo Segura ao Centro de Custódia de Cuiabá, onde Permínio estava preso, para questioná-lo se iria ou não revelar o esquema ilícito.
Permínio atuava como assessor parlamentar de Nilson e foi ele quem o indicou para a Secretaria de Educação, a fim de ajudar a desviar verba pública que pudesse custear dívidas de campanha e pessoais.
"A participação do deputado federal Nilson Leitão foi no sentido de blindar e abafar qualquer tipo de fato criminoso envolvendo a atual gestão comandada pelo governador Pedro Taques”, diz um trecho da delação divulgada pelo jornal.
CAB
Ainda em seu acordo, o delator afirmou que, após sair do cargo de prefeito de Sinop, Leitão teria aberto uma empresa para prestar serviços de consultoria e assessoria, quando, a favor do grupo empresarial Queiroz Galvão, teria ajudado a CAB Ambiental, pertencente ao grupo, a conseguir licitação para o saneamento de água e esgoto de Cuiabá.
Permínio contou que utilizava duas contas bancárias específicas para pagar despesas de Nilson. Conforme informou na delação, ele foi para São Paulo para receber valores em espécie para Leitão e, em uma delas, pegou R$ 400 mil do grupo Queiroz, em nome do deputado.
Caixa 2
Ele ainda afirmou que Nilson recebeu em conta bancária vários depósitos desconhecidos e quando questionava o fato ao parlamentar, ele recebia em resposta que as transações eram doações feitas por pessoas que não queriam aparecer.
O jornal ainda divulgou outro trecho do acordo premiado em que o ex-secretário confirma que os deputados Carlos Avalone, Wilson Santos e Guilherme Maluf (hoje conselheiro do Tribunal de Contas do Estado) teriam dividido o valor de R$ 175 mil, como caixa 2.
"(...) o declarante esclarece que o valor de R$ 175.000,00 segundo o deputado federal Nilson Leitão, seriam divididos para "(...) "WS" (Wilson Santos), "AVA" (Avalone) e "GM" (Guilherme Maluf)”.