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Cuiabá, 16 de Maio de 2025

Justiça Estadual Segunda-feira, 02 de Setembro de 2019, 16:57 - A | A

Segunda-feira, 02 de Setembro de 2019, 16h:57 - A | A

“RACHADINHA”

Justiça afasta dois vereadores denunciados por associação criminosa

Ambos respondem a ação civil pública por ato de improbidade administrativa e também foram denunciados pelo Ministério Público pelos crimes de peculato, concussão e associação criminosa

Da Redação

Duas decisões judiciais, uma no âmbito cível e a outra no criminal, determinaram o afastamento e a suspensão do exercício do mandato de dois vereadores do município de Itiquira.

As liminares foram concedidas pelo juiz Rafael Siman Carvalho.

Ambos respondem a ação civil pública por ato de improbidade administrativa e também foram denunciados pelo Ministério Público pelos crimes de peculato, concussão e associação criminosa.

Outros dois servidores da Câmara Municipal foram afastados dos cargos, acusados de auxiliarem os vereadores realizando cobranças e entrega de valores.

De acordo com o Ministério Público, os parlamentares promoveram a prática vulgarmente conhecida como “rachadinha”, que consiste na exigência de parte da remuneração dos servidores como condição para nomeação ou permanência no cargo comissionado.

Os fatos chegaram ao conhecimento do Ministério Público após o promotor de Justiça Cláudio Ângelo Correa Gonzaga realizar uma reunião na Câmara Municipal de Itiquira, no início de julho deste ano, para explicar aos servidores as consequências de alguns dos mais comuns crimes contra a administração praticados em repartições públicas.

Após a visita, além de diversas denúncias anônimas via Ouvidoria do MPE, alguns servidores e ex-funcionários da Câmara Municipal compareceram espontaneamente à Promotoria de Justiça relatando terem sofrido as exigências e desviado parte de seus salários a dois vereadores.

Também declararam que os atos de retaliação eram frequentes por parte daqueles que não se submetiam à exigência.

“Ao contrário do senso comum, crimes dessa natureza podem ser demonstrados pelo conjunto harmônico dos depoimentos de testemunhas, já que ocorrem em ambientes fechados, de maneira discreta, em que a obtenção de prova documental é de especial dificuldade. No presente caso, contamos com os depoimentos de servidores e ex-servidores da própria Câmara Municipal, bem como com vereadores que não aceitavam essa prática para comprovar os fatos e as circunstâncias em que ocorreram”, argumentou o promotor de Justiça. (Com informações da Assessoria do MPE)