Da Redação
Após 21 horas de julgamento, terminou na manhã desta quarta-feira (28) a sessão do Tribunal do Júri em Rondonópolis (a 212 km de Cuiabá) que resultou na condenação de dois homens pela morte de um homem e uma criança de um ano de idade.
Victor Hugo da Silva Santos e Eduardo Moraes da Silva foram condenados, respectivamente, a 53 anos e quatro meses e a 65 anos de reclusão pelos homicídios qualificados por motivo fútil e recurso que dificultou a defesa das vítimas.
Victor Hugo ainda recebeu a pena de 3 anos de reclusão por porte ilegal de arma de fogo.
O terceiro réu, Ulisses Henrique dos Santos, foi absolvido pelo Conselho de Sentença.
Atuaram no júri os promotores de Justiça Marcelo Domingos Mansour, da 6ª Promotoria de Justiça Criminal e Reinaldo Antônio Vessani Filho, da 5ª Promotoria de Justiça Criminal de Rondonópolis.
Algumas testemunhas e os réus foram ouvidos por videoconferência.
Em plenário, os membros do Ministério Público pugnaram pela condenação dos acusados nos moldes da pronúncia.
Por unanimidade, os jurados decidiram prosseguir com o julgamento até o fim dos trabalhos, sem interrupção. A sessão, que teve início na manhã de terça-feira (27), foi encerrada às 5h40 desta quarta. A decisão é passível de recurso.
O caso
O crime aconteceu em julho de 2017, no bairro Jardim Liberdade.
“Cumprindo ordem do denunciado Eduardo Moraes da Silva, os denunciados Ulisses Henrique dos Santos e Victor Hugo da Silva Santos, em união de desígnios e divisão de tarefas, com consciência e vontade, por motivo fútil, e mediante recurso que dificultou a defesa, mataram as vítimas Paulo Fabrício Ortega Guimarães e David Felipe da Silva, este de apenas um ano de idade e, na mesma ação, tentaram matar a vítima Nathália Gabriela da Silva, não se consumando o intento criminoso por circunstâncias alheias à vontade dos agentes”, narrou o MP na denúncia.
As vítimas estavam em uma motocicleta quando foram seguidas e cercadas pelos acusados, que desembarcaram do carro e efetuaram disparos de arma de fogo. A criança foi atingida na região frontal da cabeça e Paulo Fabrício Ortega Guimarães em várias regiões do corpo. Na mesma ação, os denunciados ainda tentaram matar a adolescente Nathália Gabriela da Silva, que foi atingida no pé, mas conseguiu fugir.
O crime teria sido motivado pelo fato de Paulo Fabrício ter passado a integrar a facção criminosa Comando Vermelho, a convite do denunciado Eduardo, e depois tentado deixar a organização. Assim, Eduardo teria mandado Ulisses e Victor Hugo executarem o desertor. (Com informações da Assessoria do MPE)