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Cuiabá, 22 de Maio de 2025

Justiça Estadual Terça-feira, 18 de Junho de 2019, 15:12 - A | A

Terça-feira, 18 de Junho de 2019, 15h:12 - A | A

OPERAÇÃO ASSEPSIA

Juíza mantém prisão de PMs e de diretores da Penitenciária Central do Estado

Os diretores da PCE serão encaminhados para o Centro de Custódia de Cuiabá (CCC); um dos militares vai para o Terceiro Batalhão de Polícia Militar e os demais para o Batalhão de Operações Especiais (Bope)

Lucielly Melo

A juíza Ana Cristina Mendes, da Sétima Vara Criminal de Cuiabá, manteve a prisão preventiva do diretor e do subdiretor da Penitenciária Central do Estado (PCE), respectivamente Revétrio Francisco da Costa e Reginaldo Alves dos Santos, e dos policiais militares Cleber de Souza Ferreira, Ricardo de Souza Carvalhaes de Oliveira e Denizel Moreira dos Santos Júnior.

Eles foram detidos nesta terça-feira (18), durante a Operação Assepsia, por facilitarem a entrada de celulares na unidade prisional.

Após passarem por audiência de custódia, que foi conduzida por Ana Cristina, Revétrio e Reginaldo serão encaminhados para o Centro de Custódia de Cuiabá (CCC), Cleber Ferreira para o Terceiro Batalhão de Polícia Militar e Ricardo Oliveira e Denizel Moreira para o Batalhão de Operações Especiais (Bope).

Operação Assepsia

A Polícia Civil deflagrou a Operação Assepsia nesta terça-feira e cumpriu sete mandados de prisão e oito ordens de busca e apreensão, após investigações da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) sobre a entrada de aparelhos celulares em unidades prisionais do Estado. As 15 ordens judiciais são da 7ª Vara Criminal de Cuiabá.

Além dos diretores e dos policiais, os decretos prisionais foram cumpridos contra dois detentos.

No último dia 6, na Penitenciária Central do Estado, foram localizados 86 aparelhos celulares, dezenas de carregadores, chips e fones de ouvido.

Todo o material estava acondicionado dentro da porta de um freezer, que foi deixado naquela unidade para ser entregue a um dos detentos.

Equipes da GCCO estiveram na PCE e verificaram que não havia nenhum registro de entrada ou mesmo informações acerca da entrega do referido eletrodoméstico. Diante dos fatos e da inconsistência das informações, todos os agentes penitenciários presentes foram conduzidos até a Gerência e questionados sobre os fatos. No mesmo dia, a autoridade policial determinou a apreensão das imagens do circuito interno de monitoramento da unidade, que foram extraídas por meio da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec).

Através dos depoimentos, da análise das imagens e conteúdo dos celulares apreendidos e ainda, da realização de diversas diligências, foi possível identificar e comprovar de maneira robusta, que três policiais militares, dentre eles um oficial de carreira, foram os responsáveis pela negociação e entrega do freezer recheado com os celulares.

Com a ciência do diretor e do subdiretor da unidade, os militares enviaram o aparelho congelador que era destinado a um dos líderes de uma facção criminosa atuante no Estado.

Ao longo das investigações, a Polícia Civil conseguiu comprovar que no mesmo dia, duas horas antes do freezer ser interceptado, os três militares e os diretores da unidade, participaram de uma reunião a portas fechadas com o preso líder da organização criminosa, por mais de uma hora, dentro da sala da direção.

No decorrer das investigações, ficou constado ainda que o veículo utilizado para a entrega do freezer, na unidade, pertence a outro reeducando, que também é considerado uma das lideranças da mesma facção. Esse reeducando divide cela com o destinatário do equipamento.

O inquérito será concluído nos próximos 10 dias. Os investigados poderão responder pelos crimes de integrar organização criminosa, corrupção passiva e ainda por facilitação de entrada de celulares em estabelecimento prisional.