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Penal Quarta-feira, 27 de Janeiro de 2021, 08:51 - A | A

27 de Janeiro de 2021, 08h:51 - A | A

Penal / CASO LEDUR

Juiz remarca audiência e tenente será julgada em julho por morte de aluno

A militar sentaria no banco dos réus em sessão que seria realizada nesta quarta-feira (27); a audiência acabou sendo adiada após o magistrado atender o pedido da defesa e conceder mais 30 dias para a apresentação das alegações finais

Lucielly Melo



O juiz Marcos Faleiros, da Vara Especializada da Justiça Militar, reagendou, para os dias 13 e 14 de julho de 2021, o julgamento da tenente do Corpo de Bombeiros, Izadora Ledur, pelo crime de tortura que teria levado o aluno Rodrigo Patrício Lima Claro à morte.

A militar sentaria no banco dos réus em sessão que seria realizada nesta quarta-feira (27). Porém, a audiência acabou sendo adiada após o magistrado atender o pedido da defesa e conceder mais 30 dias para a apresentação das alegações finais.

Após a dilação de prazo, o Ministério Público rebateu a defesa, que havia reclamado do excesso de prazo por parte do órgão ministerial para elaboração dos últimos argumentos. Para o MP, a defesa tentou postergar o processo e levar o juiz a erro. Por isso, pediu para que o julgamento ocorresse nesta quarta-feira.

Em decisão disponibilizada nesta terça-feira (26), o magistrado explicou que no dia 18 de dezembro passado, deu mais tempo para a defesa anexar os memoriais finais, por uma questão de paridade. Só que, entre 20 de dezembro e 20 de janeiro de 2021, os prazos processuais ficaram suspensos. Ou seja, o prazo para que o defensor apresente as alegações ainda não se encerrou, o que impede a realização da audiência ainda hoje.

"Dessa forma, considerando a necessidade de readequação da pauta e diante o fato de que não haverá tempo hábil para o cumprimento de todos os atos necessários para a realização da sessão de julgamento anteriormente agendada, redesigno-a para os dias 13 e 14 de julho de 2021, a partir das 13h30m".

O caso

Após passar por uma série de afogamentos durante treinamento conduzido por Izadora Ledur, na lagoa Trevisan, em Cuiabá, Rodrigo Patrício Lima

Claro passou mal e chegou a ser levado ao hospital.

Ele ficou internado por cinco dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas faleceu em 15 de novembro de 2016.

Testemunhas relataram que o aluno estava sendo submetido a diversas torturas e que chegou a reclamar de dores de cabeça e cansaço.

A tenente foi afastada da corporação logo após a morte do jovem. Ela chegou a utilizar tornozeleira eletrônica, mas em outubro de 2017, o Tribunal de Justiça de Mato Grosso atendeu o pedido de defesa e mandou retirar o monitoramento.

O MP já se pronunciou, em alegações finais, opinando pela condenação da tenente e que ela seja excluída dos quadros do Corpo de Bombeiros.