Lucielly Melo
O juiz Marcos Faleiros, da Vara Especializada da Justiça Militar, reagendou, para os dias 13 e 14 de julho de 2021, o julgamento da tenente do Corpo de Bombeiros, Izadora Ledur, pelo crime de tortura que teria levado o aluno Rodrigo Patrício Lima Claro à morte.
A militar sentaria no banco dos réus em sessão que seria realizada nesta quarta-feira (27). Porém, a audiência acabou sendo adiada após o magistrado atender o pedido da defesa e conceder mais 30 dias para a apresentação das alegações finais.
Após a dilação de prazo, o Ministério Público rebateu a defesa, que havia reclamado do excesso de prazo por parte do órgão ministerial para elaboração dos últimos argumentos. Para o MP, a defesa tentou postergar o processo e levar o juiz a erro. Por isso, pediu para que o julgamento ocorresse nesta quarta-feira.
Em decisão disponibilizada nesta terça-feira (26), o magistrado explicou que no dia 18 de dezembro passado, deu mais tempo para a defesa anexar os memoriais finais, por uma questão de paridade. Só que, entre 20 de dezembro e 20 de janeiro de 2021, os prazos processuais ficaram suspensos. Ou seja, o prazo para que o defensor apresente as alegações ainda não se encerrou, o que impede a realização da audiência ainda hoje.
"Dessa forma, considerando a necessidade de readequação da pauta e diante o fato de que não haverá tempo hábil para o cumprimento de todos os atos necessários para a realização da sessão de julgamento anteriormente agendada, redesigno-a para os dias 13 e 14 de julho de 2021, a partir das 13h30m".
O caso
Após passar por uma série de afogamentos durante treinamento conduzido por Izadora Ledur, na lagoa Trevisan, em Cuiabá, Rodrigo Patrício Lima
Claro passou mal e chegou a ser levado ao hospital.
Ele ficou internado por cinco dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas faleceu em 15 de novembro de 2016.
Testemunhas relataram que o aluno estava sendo submetido a diversas torturas e que chegou a reclamar de dores de cabeça e cansaço.
A tenente foi afastada da corporação logo após a morte do jovem. Ela chegou a utilizar tornozeleira eletrônica, mas em outubro de 2017, o Tribunal de Justiça de Mato Grosso atendeu o pedido de defesa e mandou retirar o monitoramento.
O MP já se pronunciou, em alegações finais, opinando pela condenação da tenente e que ela seja excluída dos quadros do Corpo de Bombeiros.