Lucielly Melo
O juiz Paulo Cezar Alves Sodré, da Sétima Vara Federal de Cuiabá, mandou retirar a tornozeleira eletrônica do ex-secretário municipal de Cuiabá, Huark Douglas Correia, acusado de integrar suposto esquema de desvios nas Secretarias de Saúde da Capital e do Estado.
Também foram beneficiados com a decisão: Fábio Liberali Weissheimer, Luciano Correia Ribeiro, Flávio Taques, Kedna Iracema Servo, Fábio Taques e Celita Liberali.
A informação foi confirmada ao Ponto na Curva por um advogado que faz a defesa de um dos acusados.
Além da tornozeleira, os réus também se livraram da obrigação de se ausentar de Cuiabá, sem autorização judicial. No entanto, quando a viagem passar de oito dias, a Justiça deve ser informada.
As demais cautelares, como a proibição de manterem contato entre si, foram mantidas.
Operação Sangria
A investigação da Operação Sangria, deflagrada no dia 4 de dezembro de 2018, apurou fraudes em licitação, organização criminosa e corrupção ativa e passiva, referente a condutas criminosas praticadas por médicos/administrador de empresa, funcionários públicos e outros, tendo como objeto lesão ao erário público, vinculados a Secretaria de Estado de Saúde e a Secretaria Municipal de Saúde, através de contratos celebrados com as empresas usadas pela organização, em especial, a Proclin e a Qualycare.
Segundo a apuração, a organização mantinha influência dentro da administração pública, no sentido de desclassificar concorrentes, para que ao final apenas empresas pertencentes a eles (Proclin/Qualycare) pudessem atuar livremente no mercado.
Levantamento feito pela Central de Regulação de Cuiabá, em 2017, apontou que 1.046 pessoas aguardavam por uma cirurgia cardíaca de urgência e outras 390 por um procedimento cardíaco eletivo.
No dia 18 de dezembro de 2018 houve a segunda fase da Sangria, quando todos os acusados foram presos, mas acabaram sendo soltos sob condição de cumprirem medidas cautelares.
O caso tramitava inicialmente na primeira instância da Justiça estadual, quando a juíza Ana Cristina Mendes, da Sétima Vara Criminal de Cuiabá, recebeu uma denúncia sobre o caso e tornou os acusados réus.
Todos voltaram a prisão após uma decisão do desembargador Alberto Ferreira de Souza, que revogou a liminar concedida anteriormente.
A juíza Ana Cristina declinou a competência do caso para a Justiça Federal, tendo em vista que as fraudes envolvem dinheiro público do Sistema Único de Saúde (SUS).
Eles já tiveram a prisão revogada novamente e cumprem medidas cautelares.