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Cuiabá, 20 de Abril de 2025

Justiça Estadual Quinta-feira, 24 de Dezembro de 2020, 08:16 - A | A

Quinta-feira, 24 de Dezembro de 2020, 08h:16 - A | A

COAÇÃO NO PROCESSO

Empresário vira réu por ameaçar juiz e promotora de Justiça em MT

Charles Wurzius teria proferido ameaças ao juiz e a promotora de Justiça que atuam numa ação de reintegração de posse de uma fazenda, a qual ele está envolvido

Lucielly Melo

O juiz Ramon Fagundes Botelho, da Segunda Vara Criminal e Cível de Chapada dos Guimarães, tornou o empresário Charles Wurzius réu, por ameaçar magistrado e promotora de Justiça que atuam num processo sobre reintegração de um imóvel rural no interior de Mato Grosso.

A decisão foi proferida em setembro passado, quando o juiz aceitou a denúncia do Ministério Público do Estado (MPE) pelo crime de coação.

“Considerando encontrarem-se preenchidos os requisitos do artigo 41 do CPP e demonstrada a justa causa, este Juízo recebe a denúncia oferecida”, diz trecho da decisão.

O acusado tem 10 dias, a partir da notificação da decisão, para se defender contra as alegações do MPE.

Segundo a denúncia, o empresário proferiu ameaças contra o juiz Leonísio Salles de Abreu Júnior e a promotora de Justiça Solange Linhares Barbosa.

O MPE apontou dois fatos na denúncia. O primeiro, ocorrido no dia 17 de julho de 2019, se trata de quando o empresário teria se deslocado até a Fazenda Santa Emília (a propriedade alvo de reintegração de posse), localizada no município de Planalto da Serra, e teria ameaçado os seguranças do local.

Ele teria chegado alterado no local, acompanhado de um outro homem não identificado, que se soubesse que desmanchariam o rancho situado na fazenda, não teria deixado ninguém entrar na área, alegando que as pessoas presentes no local eram alvos fáceis e que tinha um amigo com Fuzil 556 com luneta, que poderia “derrubar” todos sem ao menos saber de onde o tiro viria.

O MPE ainda afirmou que Charles, no mesmo dia, ameaçou gravemente o juiz e a promotora, “falando que tinha dinheiro e que começaria “de cima”, “baixando” Juiz e Promotora que “canetou” ele, referindo-se aqueles que atuaram nas ações de interesse do denunciado”.