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Cuiabá, 22 de Maio de 2025

Justiça Estadual Quinta-feira, 19 de Setembro de 2019, 08:10 - A | A

Quinta-feira, 19 de Setembro de 2019, 08h:10 - A | A

INVESTIGAÇÕES DOS GRAMPOS

Delegada apura se esposa de cabo da PM tem envolvimento no caso

A delegada Ana Cristina Feldner informou que a mulher aparece em algumas situações apuradas nos inquéritos sobre a "Grampolândia Pantaneira"

Da Redação

A Polícia Civil, por meio da Equipe Especial designada para conclusão dos inquéritos sobre as interceptações ilegais, interrogou, nesta quarta-feira (18), a esposa do cabo da PM, Gerson Luiz Correa Júnior, para esclarecimentos sobre questões apuradas nas investigações da “Grampolândia Pantaneira”.

A delegada Ana Cristina Feldner informou que a mulher aparece em algumas situações, como assinatura de fiadora no contrato de locação da sala usada para fazer as escutas ilegais, além da conta de internet usada no escritório clandestino estar em seu nome.

Também por ter levado um aparelho celular ao cabo quando ele estava preso na Rotam.

A esposa do militar pode ainda estar envolvida na origem de um valor de R$ 35 mil, emprestado pelo cabo a um amigo.

Conforme a delegada, todas as informações serão analisadas, inclusive se a mulher tinha conhecimento e envolvimento com a organização criminosa investigada. A interrogada alegou que acredita na inocência de seu marido.

Entenda o caso

Gerson Correa Júnior é um dos militares réus na ação penal que apura o esquema de grampos ilegais. Além dele, também são investigados: os coronéis Zaqueu Barbosa, Evandro Lesco e Ronelson Barros e o tenente-coronel Januário Batista.

Nas audiências realizadas em julho deste ano, Zaqueu, Lesco e Gerson contaram que a “Grampolândia Pantaneira” foi comandada pelo advogado e ex-secretário da Casa Civil, Paulo Taques e pelo ex-governador Pedro Taques, ambos primos.

De acordo com os militares, os médicos, advogados, políticos, servidores e magistrados tiveram a intimidade violada para atender interesses políticos dos Taques.

Dentre os alvos dos grampos foram citados: assessor do ex-vice-governador Carlos Fávaro, os advogados José Patrocínio e José Antônio Rosa, os jornalistas Muvuca e Larissa Malheiros, a ex-amante de Paulo Taques, Tatiane Sangalli e entre outros.

Segundo as declarações dos réus, os grampos eram promovidos com o uso de uma ordem judicial do juízo Criminal de Cáceres, que havia autorizado a interceptação telefônica de policiais militares suspeitos de desvio de função e traficantes. Com isso, os operadores da Grampolândia usavam da apuração para inserir números telefônicos de pessoas que não estavam sob investigação.

Durante seu reinterrogatório, o cabo Gerson trouxe à tona o suposto envolvimento de membros do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) em práticas ilegais. Conforme declarado por ele, várias operações policiais, como a Rêmora e a Seven, foram deflagradas a partir da criação de barriga de aluguel, ou seja, pessoas alheias às investigações também foram grampeadas.

Os militares serão julgados em novembro deste ano pelos crimes de ação militar ilícita, falsificação de documento, falsidade ideológica e prevaricação. (Com informações da Assessoria da PJC)