Lucielly Melo
Alvo de mais uma fase da Operação Ararath, o conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT), José Carlos Novelli, afirmou, por meio de nota, ter sido vítima de mais uma ação policial “desnecessária” por conta da delação premiada do ex-governador Silval Barbosa, que considera “vazia de provas”.
A 16ª fase da operação foi deflagrada na manhã desta quarta-feira (17), quando Novelli e também os conselheiros afastados Sérgio Ricardo de Almeida e Waldir Teis foram alvos de mandados de busca e apreensão.
Os conselheiros já são investigados por conta de uma outra fase da Ararath, deflagrada em setembro de 2017, ocasião em que foram afastados de seus cargos. Segundo Silval, eles teriam recebido propina para que as obras da Copa do Mundo de 2014 fossem liberadas.
Em relação à esta nova fase da operação, as investigações preliminares apontam a utilização – por parte dos conselheiros – de empresas e de pessoas físicas para esconder o recebimento das vantagens indevidas. São apuradas as práticas dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.
Na nota elaborada por sua defesa, Novelli se mostrou indignado com a operação, uma vez que, segundo ele, sempre foi solícito às investigações, ao apresentar documentos e informações quando solicitadas.
“A medida empreendida na data de hoje afigura-se totalmente desnecessária, uma vez que operação similar nessa investigação já foi executada em 2017, sem acréscimo de novos elementos”.
“O conselheiro reforça ainda que já são quase três anos de processo investigatório sem resolução e, mesmo com sua conduta colaborativa, ainda se vê vítima de um processo de delação premiada parcial, condenatório e vazio de provas”, diz outro trecho da nota.
VEJA ABAIXO O PRONUNCIAMENTO NA ÍNTEGRA:
O conselheiro José Carlos Novelli repudia a medida de busca e apreensão realizada na manhã desta quarta-feira (17).
Desde o início das investigações, o conselheiro sempre atendeu adequadamente a todas as notificações nas quais foi instado a se manifestar e a apresentar documentos e informações.
A medida empreendida na data de hoje afigura-se totalmente desnecessária, uma vez que operação similar nessa investigação já foi executada em 2017, sem acréscimo de novos elementos.
O conselheiro reforça ainda que já são quase três anos de processo investigatório sem resolução e, mesmo com sua conduta colaborativa, ainda se vê vítima de um processo de delação premiada parcial, condenatório e vazio de provas.
Rodrigo Mudrovitsch
Advogado
Buscas no TCE
Ainda nesta quarta, a PF também fez buscas no Tribunal de Contas, onde apreendeu documentos públicos. Mais detalhes sobre a operação não foram fornecidos, uma vez que a ação policial foi sigilosa.
O Tribunal de manifestou por meio de nota. Veja:
O Tribunal de Contas de Mato Grosso (TCE-MT) informa que a Polícia Federal cumpriu mandado de busca e apreensão na sede do órgão, requisitando na Secretaria de Administração, documentos de gestão do período compreendido entre 2012 e 2015. O TCE-MT reforça seu compromisso com a Justiça, colocando-se à disposição das autoridades para qualquer esclarecimento.