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Cuiabá, 27 de Novembro de 2025

Justiça Trabalhista Quarta-feira, 12 de Novembro de 2025, 14:00 - A | A

Quarta-feira, 12 de Novembro de 2025, 14h:00 - A | A

AUDIÊNCIA PÚBLICA

Presidente do TST faz alerta sobre riscos da pejotização: "Liberdade ilusória"

Vieira de Mello Filho apresentou dados sobre perdas sociais e econômicas causadas pela substituição de vínculos formais por contratos de pessoa jurídica

Da Redação

O presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), ministro Vieira de Mello Filho, afirmou em audiência pública na Câmara dos Deputados, que a prática da pejotização no mercado de trabalho fragiliza os direitos sociais, compromete o financiamento da Previdência e coloca em risco o futuro do país.

“Estamos falando de um fenômeno de grandes e coletivas proporções que afeta todo o sistema público de proteção social em suas múltiplas dimensões. A cidadania e os direitos humanos são atributos da pessoa, e não de empresas. Empresa não tem limite de jornada, não adoece, não tira férias, não se aposenta, não engravida. Estamos trocando direitos por uma liberdade ilusória”, destacou.

O presidente do TST citou dados do Ministério do Trabalho e Emprego segundo os quais, entre 2022 e 2025, cerca de 5,5 milhões de trabalhadores migraram do regime da CLT para a contratação como pessoa jurídica. Essa mudança gerou perdas estimadas em R$ 70 bilhões para a Previdência Social, R$ 27 bilhões para o FGTS e R$ 8 bilhões para o Sistema S.

Viera de Mello também defendeu a competência da Justiça do Trabalho para julgar conflitos decorrentes das novas relações de trabalho e rebateu o argumento de que a flexibilização nos modelos de contratação contribui para gerar mais empregos.

“O que se pretende é que se torne facultativa a contratação pela CLT e se deixe a critério do empregador a escolha de uma ausência de regime, sob o entendimento de que isso gerará liberdade e aumentará o emprego. Mas lei nenhuma aumenta ou diminui emprego. O que gera emprego é crescimento econômico”, disse.

Audiência pública

A audiência pública foi realizada no Plenário 12 da Câmara dos Deputados, com o objetivo de promover o diálogo entre o Legislativo, o Judiciário, o Ministério Público, entidades da advocacia e representações sindicais sobre os desafios do mundo do trabalho contemporâneo.

Também foram discutidas propostas como a criação de um Fórum Permanente em Defesa da Justiça do Trabalho e a constituição de uma Frente Parlamentar voltada à valorização do ramo trabalhista do Judiciário. (Com informações da Assessoria do TST)