Um brasileiro que estava foragido, acusado pelo crime de homicídio em Portugal e denunciado à Justiça Federal pelo Ministério Público Federal de Mato Grosso (MPF-MT), foi preso preventivamente em São Paulo, em junho passado. O caso só pôde ser divulgado agora com o levantamento do sigilo do processo.
Segundo a investigação conduzida por autoridades portuguesas, Sandro Rogério da Silva, de 42 anos, teria sido o responsável pelo homicídio do português Luís Filipe Carecho Nunes e pela tentativa de homicídio contra o ucraniano Roman Adazhiy, crimes ocorridos em janeiro de 2007, na cidade de Entroncamento, distrito de Santarém, em Portugal.
A prisão preventiva de Silva foi pedida pelo MPF e decretada em 27 de novembro de 2019, pelo juiz federal Francisco Antônio de Moura Junior, principalmente pelo fato de o acusado, desde a data do crime ocorrido em Portugal, ter fugido para o Brasil.
Como a Constituição Federal não autoriza a extradição de brasileiros natos, Portugal transferiu o processo para o Brasil, nos termos de Tratado de Extradição (Decreto 1.325/1994). O processo foi submetido ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), antes de seu encaminhamento definitivo a Mato Grosso, local de residência do investigado.
De acordo com a denúncia apresentada pelo MPF, as vítimas Luís Filipe Carecho Nunes e Roman Adazhiy se desentenderam com o acusado Sandro, na madrugada de 28 de janeiro de 2007, por causa de uma dívida de €25 (Vinte e cinco euros) em uma casa de prostituição, da qual a companheira do acusado era proprietária.
O acusado teria perseguido o veículo dos dois homens e disparado, atingindo Luís Felipe na cabeça. Roman conseguiu fugir. Luís não resistiu ao ferimento e morreu em 2 de fevereiro. Em seguida, Sandro teria fugido para a Espanha e depois veio para o Brasil, em companhia da mulher e da filha, vindo a fixar residência em Tangará da Serra (a 250 km de Cuiabá).
Em 19 de junho de 2020, a Justiça Federal de Mato Grosso determinou a comunicação da prisão à viúva e familiares da vítima. O processo agora prosseguirá para determinar a culpabilidade ou não do acusado. (Com informações da Assessoria do MPF-MT)