O empresário Gércio Marcelino Mendonça Junior, o “Junior Mendonça”, fez um recall de sua delação após “esquecer” do ex-deputado, Júlio Campos.
Ao se retratar em julho de 2014 para a Procuradoria-Geral da República (PGR), ele disse ter recordado que foi procurado pelo político para pedir empréstimo de R$ 700 mil para construção de um empreendimento imobiliário.
Junior Mendonça é delator da Operação Ararath que investiga crimes contra o sistema financeiro nacional e lavagem de dinheiro.
“[..] a negociação estaria bem evoluída e que ele teria necessidade de um recurso e que pagaria ao declarante assim que concluísse a negociação com o grupo de chileno”, diz um trecho do depoimento.
Conforme informações apuradas, o empréstimo foi depositado na conta da factoring Globo Fomento por parte da empresa LD Fomento para atender o pedido do ex-senador.
Mendonça decidiu se retratar após as declarações prestadas pelo também empresário Lucival Cândido Amaral, dizendo que Júlio Campos estava fazendo negócio com um grupo de chilenos, com a finalidade de instalar um empreendimento imobiliário na Estrada da Guia.
“[...] A negociação estaria bem evoluída e que ele teria necessidade de um recurso e que pagaria ao declarante assim que concluísse a negociação com o grupo de chileno”, diz um trecho do depoimento.
Ainda em seu pronunciamento, Mendonça Junior afirmou que o ex-deputado disse que “o empreendimento seria realizado numa área da família”, solicitando o empréstimo no montante de R$ 700 mil.
Conforme os cruzamentos de informações feitos pela Polícia Civil, a empresa do investigado Lucival Cândido Amaral, depositou diversas vezes montantes de dinheiro para a empresa de Junior Mendonça que realizava empréstimo clandestinos aos políticos durante campanha eleitoral.
O dinheiro seria o pagamento do empréstimo feito a Júlio Campos, que segundo Lucival era seu amigo e lhe teria pedido que efetuasse os repasses.
Operação Ararath
A Operação Ararath, produto de uma atuação conjunta envolvendo o Ministério Público Federal, o Supremo Tribunal Federal, a Justiça Federal e a Polícia Federal, teve por objetivo desbaratar uma organização criminosa que praticava crimes contra o sistema financeiro nacional e lavagem de dinheiro no Estado de Mato Grosso.
O foco da investigação deu-se contra pessoas e empresas que estivessem agindo como instituição financeira sem autorização do Banco Central e, nesse cenário, facilitando a lavagem de ativos de origem ilícita, cujo dinheiro circularia num sistema financeiro paralelo sem controle e fiscalização.