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Cuiabá, 15 de Março de 2025

Justiça Estadual Quarta-feira, 05 de Março de 2025, 14:28 - A | A

Quarta-feira, 05 de Março de 2025, 14h:28 - A | A

APÓS SUSPENSÃO

Juiz retoma processo de RJ de grupo que tenta superar crise de R$ 47 mi

O juiz revogou a suspensão processual e mandou o grupo apresentar o plano de recuperação judicial

Lucielly Melo

O juiz Márcio Aparecido Guedes, da 1ª Vara Cível de Cuiabá, determinou a retomada do processo de recuperação judicial do Grupo Mariussi, que soma um passivo de R$ 47,5 milhões.

O grupo é formado pelos produtores rurais Orlando Mariussi, Ana Rosa dos Santos Mariussi e Miriana Emanuela Mariussi. Em março de 2024, o pedido de recuperação judicial foi deferido pela Justiça.

Contudo, a RJ foi suspensa por força de uma decisão da desembargadora Antônia Siqueira Gonçalves, que acatou o pleito da Via Fértil Produtos Agropecuários Ltda, credora do conglomerado, que alegou inconsistências nos balanços patrimoniais apresentado pelos empresários rurais. A credora, no entanto, protocolou pedido de desistência do recurso protocolado no Tribunal de Justiça de Mato Grosso e a liminar perdeu seus efeitos.

Antes de decidir pela retomada do processo, os Mariussi também pediram o fim da ação recuperacional – o que foi negado pelo magistrado.

Guedes explicou que, após a decisão pelo deferimento da RJ, o devedor não pode mais desistir do pedido recuperacional, a menos que tenha a aprovação dos credores em assembleia-geral.

“O retorno do processamento dos autos é a medida necessária. Desta forma, ante a impossibilidade legal do deferimento do pedido de desistência da recuperação judicial preterida à deliberação da assembleia geral de credores sobre a matéria vindicada”, frisou.

Assim, ele revogou a suspensão processual e determinou a intimação da administradora judicial para cumprir com os próximos prazos do processo.

À parte devedora, o juiz mandou apresentar o plano de recuperação judicial. Caso ainda queira não persistir com a RJ, deverá anexar aos autos um termo de adesão dos credores sobre a desistência.

Crise

Os proprietários do Grupo Mariussi relataram que a atividade comercial foi iniciada em 1989, com a aquisição de uma fazenda no município de Brasnorte, após anos desbravando uma área em Tangará da Serra, município para onde retornaram em 1992. Por fim, o grupo se estabeleceu em Campo Novo do Parecis.

Os problemas econômicos enfrentados pelos Mariussi começaram em 2014, quando as sementes adquiridas foram entregues com atraso, gerando um prejuízo de mais de 71 mil sacas de soja. Além disso, as sucessivas crises econômicas externas, a pandemia da Covid-19 e, por fim, a guerra na Ucrânia, impossibilitaram a reabilitação comercial do grupo.

VEJA ABAIXO A DECISÃO: