O juiz Francisco Ney Gaíva, da 14ª Vara Criminal de Cuiabá, converteu a prisão em flagrante para preventiva da socorrista Nataly Hellen Martins Pereira.
Ela é suspeita de assassinar a adolescente grávida Emelly Beatriz Azevedo Sena, de 16 anos, em Cuiabá, para ficar com o bebê da vítima.
A manutenção da prisão se deu após a investigada passar por audiência de custódia nesta sexta-feira (14).
A decisão do magistrado foi fundamentada nos requisitos do artigo 312 do Código de Processo Penal, com base na gravidade do delito e na necessidade de garantia da ordem pública.
O processo seguirá seu trâmite normal, respeitando o devido processo legal e os direitos das partes envolvidas. Demais informações permanecem sob sigilo, em conformidade com a legislação vigente.
Em depoimento à polícia, Nataly confessou os fatos e vai responder pelos crimes de homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima), ocultação de cadáver e por registrar como próprio um parto alheio.
Outras três pessoas, o marido, o irmão e um amigo da autora chegaram a ser detidos, mas foram liberados por falta de elementos para decretação da prisão deles.
O crime
A adolescente Emelly Azevedo Sena estava desaparecida desde o início da tarde de quarta-feira (12), quando saiu de sua casa em Várzea Grande, atraída pela promessa de buscar roupas de bebê com a autora do crime.
Durante a noite, a suspeita e o marido deram entrada no Hospital de Maternidade Santa Helena com um bebê recém-nascido no colo, relatando que o parto havia ocorrido em sua residência. A equipe médica realizou o atendimento da criança, mas a mulher se recusou a ser atendida.
Depois de certo tempo, a mulher aceitou o atendimento, ocasião em que foram realizados exames ginecológicos e laboratoriais que constataram que a paciente não estava em estado puerperal. Quando ela foi amamentar a criança, também foi verificado que ela não estava produzindo leite materno, sendo identificada a possibilidade da paciente não ser a mãe da criança.
Diante das suspeitas, a equipe do hospital acionou a polícia e o casal foi conduzido para a Central de Flagrantes para prestar esclarecimentos. Após a oitiva do casal e com as informações do desaparecimento da jovem gestante, a equipe da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) chegou até a residência onde os fatos ocorreram e localizou o corpo da vítima, que estava enterrado numa cova rasa.
Durante o interrogatório, a autora confessou os fatos, dizendo que arquitetou e executou o crime sozinha. O objetivo da criminosa era de ficar com o bebê da adolescente.