Dois empresários e um servidor lotado na Secretaria de Infraestrutura de Secretaria de Estado de Transporte e Pavimentação Urbana firmaram termos de colaboração premiada que resultaram na deflagração da quinta fase da Operação Sodoma.
São eles: Juliano César Volpato, que é o administrador de fato da empresa Marmeleiro e proprietário da empresa Saga, bem como Edésio Corrêa, administrador da empresa Saga. Além do servidor Alaor Alvelos Zeferino de Paula.
Isso é o que revela a juíza Selma Rosane dos Santos, da 7ª Vara Criminal, na decisão em que autorizou as prisões, as conduções coercitivas e o bloqueios de bens.
Consta nos autos, que as investigações partiram das declarações dos colaboradores César Roberto Zílio e Pedro Elias Domingos de Melo, que apontaram as empresas Marmeleiro Auto Posto Ltda. e Saga Comércio e Serviço Tecnologia e Informática Ltda. como participantes do esquema criminoso, e que, durante a gestão de Silval Barbosa, teriam sido utilizadas para o recebimento de vantagens indevidas através de desvio de recursos públicos por meio da SAD, tanto quanto da Secretaria de Estado de Transporte e Pavimentação Urbana.
No transcurso das investigações - que apontaram exigência e solicitação de recebimento de vantagem indevida e desvio de recursos públicos no valor aproximado de R$ 5.132.500,00 (cinco milhões cento e trinta e dois mil e quinhentos reais) -, o MPE firmou os novos acordos.
Ainda segundo o MPE, nesse episódio criminoso, Juliano Volpato e Edézio Corrêa, por meio das empresas Marmeleiro Auto Posto e Saga Comércio e Serviço Tecnologia e Informática Ltda., aderiram ao esquema criminoso e acabaram se beneficiando ilicitamente de R$ 1.440.000,00 (um milhão quatrocentos e quarenta mil reais) durante o período de fevereiro 2013 a outubro de 2014. Este valor foi utilizado para remunerar a propina paga à organização criminosa na SAD, e aproximadamente R$ 999.500,00 (novecentos e noventa e nove mil e quinhentos reais) durante o período de setembro de 2013 a outubro de 2014, totalizando um ganho indevido de R$ 2.439.500 O dois milhões quatrocentos e trinta e nove mil e quinhentos reais).
Propina mensal
Consta ainda que a partir de outubro de 2011, por determinação de Silval Barbosa, Juliano Volpato passou a efetuar um pagamento mensal de propina, sendo que o primeiro foi de R$ 150 mil, já que César Zilio teria exigido o pagamento de R$ 70 mil, desde a vigência do contrato.
Esclarece Juliano Volpato que teria solicitado a Cesar Zílio o pagamento parcelado da propina "acumulada", o que foi prontamente negado por César Zilio com a argumentação de que ali não era "Casas Bahia" e que toda a 'quantia deveria ser paga de uma só vez'.
Então, o primeiro pagamento foi feito em parcela única, em dinheiro, no valor de R$ 150 mil e a entrega foi feita pelos empresários, Juliano Volpato e Edézio Corrêa, diretamente a César Zílio na casa do então Secretário, localizada no bairro Jardim das Américas em Cuiabá.
O próprio César confessou que esse valor inicial foi apropriado por ele, e que os demais pagamentos, foram divididos entre os membros organização criminosa.
Sodoma V
A quinta fase foi deflagrada ontem (14) pela Delegacia Fazendária e investiga fraudes à licitação, corrupção, peculato e organização criminosa em contratos celebrados entre as empresas Marmeleiro Auto Posto LTDA e Saga Comércio Serviço Tecnológico e Informática LTDA, nos anos de 2011 a 2014, com o Governo do Estado de Mato Grosso.
Segundo a Polícia Civil apurou, as empresas foram utilizadas pela organização criminosa, investigada na operação Sodoma, para desvios de recursos públicos e recebimento de vantagens indevidas, utilizando-se de duas importantes secretarias, a antiga Secretaria de Administração (Sad) e a Secretaria de Transporte e Pavimentação Urbana (Septu), antiga Secretaria de Infraestrutura (Sinfra).
Conduções coercitivas
Foram conduzidos coercitivamente: Arnaldo Alves de Souza Neto e Marcel de Souza Cursi, bem com o procurador Francisco Gomes de Andrade Lima Filho.
A juíza autorizou ainda a condução coercitiva de: Lúdio Frank Mendes Cabral, Wanderley Fachetti Torres, Rafael Yamada, Diego Pereira Marconi, Valdecir Cardoso de Almeida, Wilson Luiz Soares e Mário Balbino Lemes.
Prisões
Os mandados de prisão foram cumpridos contra os investigados: Valdisio Juliano Viriato, Francisco Anis Faiad, Silval da Cunha Barbosa, Sílvio Cesar Corrêa Araújo, Jose Jesus Nunes Cordeiro.