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Cuiabá, 14 de Junho de 2025

Executivo Sexta-feira, 13 de Junho de 2025, 08:16 - A | A

Sexta-feira, 13 de Junho de 2025, 08h:16 - A | A

RISCO DE FECHAMENTO

Presidente do TCE propõe que Estado compre Santa Casa

Sérgio Ricardo também assinou ofício solicitando informações detalhadas acerca de todos os recursos financeiros utilizados pela unidade

Da Redação

O presidente do Tribunal de Contas (TCE-MT), conselheiro Sérgio Ricardo, propôs que o Governo do Estado compre a Santa Casa de Misericórdia para evitar o fechamento da unidade de saúde mais antiga de Mato Grosso.

Em reunião com o secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo, e o conselheiro Guilherme Antonio Maluf, Sérgio Ricardo também assinou ofício solicitando informações detalhadas acerca de todos os recursos financeiros utilizados pela unidade.

"A Santa Casa não será vendida, não será fechada. O encaminhamento que estamos dando a partir deste momento é que a Santa Casa deve ser adquirida pelo Estado. O secretário nos informou que, desde 2019, o governo já repassou quase R$ 30 milhões à Santa Casa, via Tribunal Regional do Trabalho [TRT], para pagamento das dívidas trabalhistas do hospital. Portanto, na nossa visão, o Estado já está comprando a Santa Casa, já está pagando pela aquisição", explicou Sérgio Ricardo.

Para o presidente, esse financiamento contínuo já caracteriza, na prática, uma aquisição. Diante disso, a ideia do TCE é propor um acordo de longo prazo que garanta a quitação dessas dívidas e a permanência da Santa Casa como hospital público.

“Se o Estado já está pagando mensalmente esse valor, consideramos que está efetivamente comprando a Santa Casa. O que propomos é que isso seja formalizado”, defendeu Sérgio Ricardo.

Na ocasião, também foram esclarecidas informações sobre o possível fechamento do hospital. Só em 2024, a unidade já realizou 120 mil atendimentos, incluindo 250 crianças por dia em pronto atendimento infantil.

Neste contexto, o conselheiro Guilherme Antonio Maluf, que preside a Comissão Permanente de Saúde, Previdência e Assistência Social, reforçou a importância do hospital.

“A Santa Casa é a mais antiga instituição hospitalar do estado e não pode ser fechada. Vamos apresentar uma proposta ao governador e ao vice-governador para garantir sua continuidade, com possível mudança no perfil de atendimento”, afirmou.

Além disso, destacou a possibilidade de redefinir o perfil de atendimento da unidade, integrando-a à nova rede hospitalar do Estado.

“Acredito que não vai ser fechada de forma alguma. Apenas vai ser mudado o foco, o objeto de quais são os pacientes, os clientes que internam lá.”

Gilberto Figueiredo negou qualquer intenção de encerramento das atividades e adiantou que o governo está apenas reorganizando os serviços de saúde com a abertura do Hospital Central e a futura inauguração do Hospital Júlio Muller.

“O objetivo é manter a Santa Casa em funcionamento. Nenhuma possibilidade está descartada, inclusive a aquisição. Estamos abertos a construir uma solução em diálogo com o TCE, o TRT e demais instituições”, declarou.

Reunião no TRT

Sobre a compra do hospital, o secretário ressaltou que atualmente o Tribunal Regional do Trabalho é responsável pela administração da massa falida da antiga pessoa jurídica que administrava a unidade. Segundo ele, os repasses realizados pelo Estado não configuram aluguel, mas sim uma indenização pelo uso do imóvel e dos equipamentos.

“Nós indenizamos a Santa Casa antiga. Esse recurso vai para o TRT para que ele possa amortizar as dívidas. Já foram mais de R$ 29 milhões ao longo desse período de utilização”, explicou.

Na próxima semana, Sérgio Ricardo e Guilherme Maluf se reunirão com representantes do TRT para discutir a consolidação de um modelo de aquisição e o pagamento planejado das dívidas trabalhistas da Santa Casa, possivelmente por meio de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), entre o Estado, o TRT e os credores trabalhistas. (Com informações da Assessoria do TCE)