O Ministério Público do Estado (MPE) estuda a hipótese de instaurar uma ação contra o cabo da Polícia Militar, Gerson Luiz Corrêa Júnior, por dano ao patrimônio público.
Isso porque o cabo confessou ter destruído placas da marca Wytron que seriam do MPE e que foram usadas no escritório clandestino de interceptações telefônicas, que funcionou o esquema da “Grampolândia Pantaneira”.
Gerson já é réu em ação penal militar que apura os grampos ilegais.
Tudo começou quando o Ministério Público firmou um Termo de Cessão junto à Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sesp), em 2010, emprestando os dispositivos, que seriam usados para a criação de um escritório de escutas telefônicas legalizado. O documento estabeleceu o prazo de seis meses, mas era prorrogável.
Contudo, as placas não retornaram para o órgão ministerial.
O cabo da PM confessou que os objetos teriam sido doados pelo ex-procurador-geral Paulo Prado, mas o fato foi negado conforme sindicância instaurada na Corregedoria-Geral do MPE.
Gerson também contou que jogou as placas no rio para destruir a prova do crime de grampos ilegais.
Segundo o coordenador do Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco) Criminal, procurador de Justiça Domingos Sávio, as investigações feitas até o momento não deram certeza se as placas usadas nos grampos são as mesmas do MPE, mas os indícios levam à crer que sim.
Por isso, o MPE busca responsabilizar o militar por causar prejuízos aos cofres públicos.
“O cabo teve oportunidade de falar o que bem quis e vai ter que arcar com essa responsabilidade. Nós temos o dever de apurar aquilo que ele falou”, disse Domingos Sávio.