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Cuiabá, 14 de Maio de 2025

Legislativo Sábado, 05 de Outubro de 2019, 08:23 - A | A

Sábado, 05 de Outubro de 2019, 08h:23 - A | A

GRAMPOLÂNDIA PANTANEIRA

MP estuda processar cabo por dano ao patrimônio público após destruição de placas

Isso porque o cabo confessou ter destruído placas da marca Wytron que seriam do MPE e que foram usadas no escritório clandestino de interceptações telefônicas, que funcionou o esquema de grampos ilegais

Lucielly Melo

O Ministério Público do Estado (MPE) estuda a hipótese de instaurar uma ação contra o cabo da Polícia Militar, Gerson Luiz Corrêa Júnior, por dano ao patrimônio público.

Isso porque o cabo confessou ter destruído placas da marca Wytron que seriam do MPE e que foram usadas no escritório clandestino de interceptações telefônicas, que funcionou o esquema da “Grampolândia Pantaneira”.

Gerson já é réu em ação penal militar que apura os grampos ilegais.

Tudo começou quando o Ministério Público firmou um Termo de Cessão junto à Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sesp), em 2010, emprestando os dispositivos, que seriam usados para a criação de um escritório de escutas telefônicas legalizado. O documento estabeleceu o prazo de seis meses, mas era prorrogável.

Contudo, as placas não retornaram para o órgão ministerial.

O cabo da PM confessou que os objetos teriam sido doados pelo ex-procurador-geral Paulo Prado, mas o fato foi negado conforme sindicância instaurada na Corregedoria-Geral do MPE.

Gerson também contou que jogou as placas no rio para destruir a prova do crime de grampos ilegais.

Segundo o coordenador do Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco) Criminal, procurador de Justiça Domingos Sávio, as investigações feitas até o momento não deram certeza se as placas usadas nos grampos são as mesmas do MPE, mas os indícios levam à crer que sim.

Por isso, o MPE busca responsabilizar o militar por causar prejuízos aos cofres públicos.

“O cabo teve oportunidade de falar o que bem quis e vai ter que arcar com essa responsabilidade. Nós temos o dever de apurar aquilo que ele falou”, disse Domingos Sávio.