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Administrativo Segunda-feira, 02 de Dezembro de 2019, 16:38 - A | A

02 de Dezembro de 2019, 16h:38 - A | A

Administrativo / CAPACITAÇÃO DE MÉDICOS

TJ aprova projeto para tratamento de presos dependentes químicos

O projeto funcionará inicialmente no Centro de Ressocialização de Cuiabá (CRC), onde existem cerca de 300 detentos na lista de interessados em fazer tratamento para se livrarem das drogas

Da Redação



O presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), desembargador Carlos Alberto da Rocha, aprovou o projeto de tratamento de dependência química de reeducandos do sistema prisional do Estado.

Com isso, o órgão vai investir na capacitação de médicos que atuam nas unidades penitenciárias para uma técnica que alia acupuntura e medicamentos no controle de liberação de dopamina e serotonina, neurotransmissores relacionados à sensação de prazer e que também são liberados quando é feito uso de drogas.

A proposta foi apresentada pelo desembargador Marcos Machado, coordenador da Comissão Especial sobre Drogas Ilícitas e pelo médico especialista em dor, Reinaldo Coutinho. Este explicou o processo de dependência química, uma alteração neurológica que ocorre em pessoas que, em sua constituição genética, sofrem com baixos níveis de serotonina e dopamina. Tais neurotransmissores produzem a sensação prazerosa, mas, em doses altas, podem causar lesões cerebrais e até mesmo doenças mentais, como a esquizofrenia.

Diferentemente dos métodos tradicionais, em que o dependente químico é colocado em abstinência, o tratamento proposto por Coutinho não causa sofrimento ao paciente, já que ele receberá a administração de dopamina e serotonina no organismo.

Isso se dá por meio de pontos cirúrgicos feitos em uma das orelhas do paciente, que retira os pontos em 60 dias. Aliada a essa técnica inspirada na acupuntura, o tratamento também se baseia no uso de medicamentos pelo período de 6 meses.

Benefícios

Conforme destacado por Marcos Machado, a redução de dependentes de drogas nos presídios trará inúmeros benefícios para o sistema penitenciário, como por exemplo a redução de circulação de drogas nas unidades, onde os entorpecentes são usados como moeda de troca, menos flagrantes de visitantes tentando entrar com drogas nas cadeias, menos reincidência de presos que cometem crimes para manter o vício.

De acordo com Winkler de Freitas Teles, diretor do Centro de Ressocialização de Cuiabá (CRC), onde o projeto funcionará inicialmente, existem cerca de 300 detentos na lista de interessados em fazer tratamento para se livrarem das drogas.

Com a aprovação da capacitação dos médicos do sistema prisional, que será custeada pelo Tribunal, caberá ao Governo do Estado, por meio da Secretaria Adjunta de Administração Penitenciária (SAAP), selecionar os servidores que serão treinados, além de providenciar os insumos necessários ao tratamento dos pacientes. (Com informações da Assessoria do TJMT)