Ao autorizar uma nova fase da Operação Sisamnes, o ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), destacou que há indícios de empréstimos e outras operações financeiras realizados com o intuito de “lavar” o dinheiro recebido a título de propina no suposto esquema de venda de decisões judiciais envolvendo servidores do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
A operação cumpriu seis mandados em Mato Grosso, sendo quatro buscas e apreensões para Cuiabá e as outras expedidas para Primavera do Leste.
A medida incluiu a realização de buscas e apreensões de celulares, computadores, mídias e outros meios de prova, além de quebra de sigilo de dados telemáticos, inclusive em nuvem.
Também foi determinado o bloqueio de R$ 20 milhões dos investigados.
O ministro considerou haver indícios de empréstimos, dívidas e operações comerciais simuladas com o objetivo de viabilizar a devolução disfarçada de valores, caracterizando possível lavagem de dinheiro.
Lavagem de dinheiro
De acordo com as investigações, foi identificada uma estrutura financeira e empresarial usada para ocultar pagamentos de supostas propinas.
Os policiais apontaram quatro modalidades de lavagem de dinheiro: saques e depósitos em espécie, uso de contas de passagem, emissão de boletos sem lastro real e operações de câmbio paralelo por meio de doleiros.
A PF também apresentou registros de transferências financeiras envolvendo servidores investigados, cujos rendimentos oficiais não condizem com o padrão de vida identificado.
As apurações começaram após o assassinato do advogado Roberto Zampieri. O celular apreendido com ele revelou diálogos que indicam acesso indevido a decisões judiciais e possível influência nos resultados dos processos. (Com informações da Assessoria do STF)