Em depoimento nesta segunda-feira (17), o ex-chefe de gabinete Silvio Cesar confessou que fez um comentário no sentido de que delator tem que morrer.
Segundo ele, o comentário foi feito quando estava preso no Centro de Custódia da Capital, na presença do ex-secretário Pedro Nadaf.
O fato já tinha vindo à tona na audiência de Nadaf, realizada no início deste mês.
"Foi um comentário idiota, bobo e que pesou muito na minha prisão"
Em audiência de instrução, nos autos da segunda fase da Operação Sodoma, Silvio relatou que soltou a afirmação, quando estava assistindo televisão e passou no noticiário que ex-secretários estariam fazendo acordo de colaboração premiada.
Ele destacou que foi um comentário genérico, o que, segundo ele, é comum dentro da cadeia.
Na audiência, ele ainda confessou que disse tal afirmação em momento de raiva, no "calor da notícia" e que se arrepende de ter dito a frase.
"Foi um comentário idiota, bobo e que pesou muito na minha prisão", disse o ex-chefe de gabinete que ainda alegou não pensar mais dessa forma e que não tem raiva de delatores.
Prisão revogada
Silvio Cesar, preso em setembro de 2015, conseguiu liberdade no dia 13 de junho deste ano, por determinação da juíza Selma Rosane Arruda, da Sétima Vara Criminal de Cuiabá, após confessar seus crimes nos autos da Sodoma.
Quando revogou a prisão do ex-chefe de gabinete, a juíza determinou o cumprimento de prisão domiciliar e o uso de tornozeleira eletrônica.
Assim que conseguiu ser solto, Silvio deixou a disposição da justiça um imóvel em Cuiabá, no valor de R$ 472 mil.
Sodomas
Ele é conhecido como braço direito do ex-governador Silval Barbosa, ambos envolvidos na suposta organização criminosa, objeto de investigação doas duas primeiras fases da Operação Sodoma.
A primeira fase desvendou um suposto esquema de cobrança de propina para concessão de incentivos fiscais por meio do Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial de Mato Grosso (Prodeic).
A Sodoma II foi deflagrada após a polícia descobrir que cheques de empresas que mantinham contratos com o Governo do Estado foram utilizados para o pagamento de parte de um terreno de 10,861 metros quadrados vendido pelo valor de R$ 13,5 milhões a empresa Matrix Sat Rastreamento, localizado na Avenida Beira Rio, no bairro Grande Terceiro, em Cuiabá.