Ontem, dia 23 de setembro de 2020, Várzea Grande completou 73 anos de independência de Cuiabá.
Independência esta que foi chegando a passos lentos.
Os Serviços Públicos estaduais demoraram a chegar, outros ainda nem existem por aqui, à exemplo do IML – Instituto Médico Legal, ou qualquer outra perícia técnica legal e até mesmo em situações corriqueira como provas e aulas práticas do DETRAN-MT, da mesma forma, não se define.
O Poder Judiciário chegou em 1979 e devagar foi criando suas Varas e crescendo na Comarca que atende também o Município de Nossa Senhora do Livramento e Poconé.
Apesar dos esforços da Política Local, ainda falta muito investimento do Estado em nossa Comarca, porém o que mais vem nos preocupando no Cenário atual é o fechamento de atividades essenciais ao Município referente a Segurança Pública o que nos deixa preocupados quanto ao futuro da Cidade.
Encerrar a atividade, por mais que seja temporária, como relatam, da Central de Flagrantes de Várzea Grande é impedir o acesso à Justiça!
Determinar que uma vítima ou uma família e o(a) Advogado(a) que sempre atuou em nossa Cidade e que outrora era atendido localmente, porém, agora, todos sendo obrigados a sair de bairros distantes ou mesmo de outro município para ir à Capital e acompanharem um ato da segurança pública, muitas vezes, esses parentes tendo que pegar ônibus (no mínimo 03) beira a desumanidade, a indignidade.
Temos os mesmos direitos constitucionais, pagamos os mesmos impostos que os Munícipes da Capital e porque isso acontece?
Simplesmente, porque somos cidades vizinhas, unidas pelo majestoso Rio Cuiabá? Ora, precisamos lembrar que a distância não é pequena, considerando os diversos Bairros que norteiam o Perímetro Urbano de Várzea Grande, bem como do próprio Perímetro Rural, e a referência de um ponto Central na cidade de Várzea Grande que não existe mais, para os menos favorecidos é uma distância considerável e gritantemente imensa a ponto de desistir de buscar a Justiça.
Desistência, isso mesmo, um sentimento que não podemos nem imaginar em sentir e deixar que isso realmente passe a fazer parte dos cidadãos Várzea-grandenses, dos profissionais de Direito que atuam incansavelmente em busca da Justiça, como consequência deste descaso e portanto, temos que reagir e lutar. Somos mais de 300 mil pessoas do lado de cá da ponte, somos quase 800 advogados e aí, até quando teremos que gritar para Mato Grosso, para o BRASIL e para o MUNDO que existimos e somos cidadãos?!
Os cidadãos Várzea-grandenses, Livramentenses são incansáveis, e amam a sua terra.
Encerro minha indignação e minha luta incessante como o Hino de Várzea Grande:
...“Salve tu Várzea Grande garrida,
Berço heróico de um povo tenaz
Dessa gente apegada na lida
Na qual forja o progresso e a paz”...
(hino do Município de Várzea Grande -Composição: Hubaldo Monteiro da Silva)
Flavia Petersen Moretti é Advogada, cidadã Várzea-grandense.