O ex-secretário de Saúde de Cuiabá, Huark Douglas Correia e mais sete pessoas foram denunciados pelo Ministério Público do Estado (MPE), por suposta participação em uma organização criminosa que teria fraudado licitações com as Secretarias Municipal e Estadual de Saúde.
Além de Huark, também foram alvos: Fábio Liberali Weissheimer, Adriano Luiz Sousa, Kedna Iracema Fonteneli Servo, Luciano Correa Ribeiro, Flávio Alexandre Taques da Silva, Fábio Alex Taques Figueiredo e Celita Natalina Liberali.
Todos chegaram a ser presos na segunda fase da Operação Sangria, em 18 de dezembro passado, mas já se encontram em liberdade e cumprem medidas cautelares.
A denúncia foi encaminhada à Sétima Vara Criminal de Cuiabá, juízo competente para decidir se aceita ou não a acusação.
A operação
A operação apurou possíveis fraudes em licitação, organização criminosa e corrupção ativa e passiva, referente a condutas criminosas praticadas por médicos/administrador de empresa, funcionários públicos e outros, tendo como objeto lesão ao erário público, vinculados a Secretaria de Estado de Saúde e a Secretaria Municipal de Saúde, através de contratos celebrados com as empresas usadas pela organização, em especial, a Proclin e a Qualycare.
Segundo as investigações, a organização mantinha influência dentro da administração pública, no sentido de desclassificar concorrentes, para que ao final apenas empresas pertencente a eles (Proclin/Qualycare) possam atuar livremente no mercado, “fazendo o que bem entender, sem serem incomodados, em total prejuízo a população mais carente que depende da saúde pública para sobreviver”.
A investigação demonstra que a organização criminosa chefiada por médicos está deteriorando a saúde pública de Cuiabá e do Estado de Mato Grosso. Levantamento feito pela Central de Regulação de Cuiabá, em 2017, aponta que 1.046 pessoas aguardavam por uma cirurgia cardíaca de urgência e outras 390 por um procedimento cardíaco eletivo.