Imagens das câmeras de segurança da Assembleia Legislativa de Mato Grosso e do Palácio Paiaguás serão utilizadas como provas no processo que acusa o ex-deputado estadual, Luiz Marinho, de receber “mensalinho”.
Em decisão publicada no último dia 13, a juíza Célia Regina Vidotti, da Vara Especializada em Ações Coletivas, determinou a expedição de ofícios aos órgãos, para que forneçam os arquivos de imagens dos estacionamentos e da recepção do prédio da Assembleia e das câmeras de segurança de todas as entradas de acesso do Palácio do Governo, referente ao período de 1° e 24 de dezembro de 2013.
A decisão atendeu ao pedido da própria defesa de Luiz Marinho.
“Diante da manifestação apresentada pela defesa do requerido Luiz Marinho (id. 119889471), expeça-se ofícios à Assembleia Legislativa de Mato Grosso, solicitando que seja informado se existem e se estão disponíveis os arquivos de imagens das câmeras de segurança dos estacionamentos e da recepção do prédio da ALMT, referente ao período de 01/12/2013 a 24/12/2013. No mesmo sentido, expeça-se oficio à Casa Civil, solicitando que seja informado se existem e se estão disponíveis os arquivos de imagens das câmeras de segurança de todas as entradas de acesso ao Palácio do Governo, referente ao período de 01/12/2013 a 24/12/2013”.
O esquema
A ação civil pública apura suposto esquema de pagamento de propinas com recursos desviados do Programa MT Integrado, de incentivos fiscais e de obras da Copa do Mundo, durante a gestão de Silval Barbosa.
O esquema veio à tona quando informações das delações premiadas de Silval e do ex-secretário Pedro Nadaf foram divulgadas, que deram base à ação do MP.
Segundo a ação, o então governador Silval Barbosa firmou acordo com parlamentares para manter a governabilidade, ter as contas do governo aprovadas, os interesses do Poder Executivo priorizados na Assembleia Legislativa e não ter nenhum dos membros do alto escalão do Estado investigado em Comissão Parlamentar de Inquérito.
Em troca, os deputados teriam recebido uma espécie de “mensalinho” no valor de até R$ 600 mil, que teria sido dividido em 12 vezes de R$ 50 mil.
Entre as provas contidas nos autos, constam as cenas gravadas pelo ex-chefe de gabinete de Silval, Sílvio Cézar Araújo, em que mostram vários deputados e ex-políticos embolsando maços de dinheiro.
No referido processo, Luiz Marinho Botelho foi alvo de um decreto que determinou o bloqueio de até R$ 1 milhão.
LEIA ABAIXO A DECISÃO: