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Cuiabá, 13 de Junho de 2025

Outros Órgãos Quinta-feira, 23 de Março de 2023, 09:40 - A | A

Quinta-feira, 23 de Março de 2023, 09h:40 - A | A

ENTREGA LEGAL

CGJ padroniza assistência às mães que entregam bebês para adoção

A medida assegura o sigilo de todo procedimento, com tramitação prioritária e em segredo de justiça, seja em relação ao pai e familiares ou à própria família da mãe, ressalvado o direito da criança ao conhecimento da origem biológica

Da Redação

A Corregedoria-Geral da Justiça de Mato Grosso (CGJ-MT) padronizou o procedimento de entrega voluntária da criança para adoção, pela gestante ou mãe.

O Provimento n° 5/2023, assinado pelo corregedor-geral da Justiça, desembargador Juvenal Pereira da Silva, atende a uma solicitação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), por meio da Resolução nº 485/23, que traz as diretrizes para o atendimento adequado de gestantes ou parturientes.

A normativa reforça os procedimentos no Judiciário, padroniza as etapas do processo e traz algumas novidades, como a garantia de uma entrega humanizada.

Um dos pontos centrais trata do encaminhamento das mães à Vara da Infância e Juventude, antes ou logo após o nascimento, para formalização do processo judicial de adoção, sem qualquer constrangimento e com atendimento de equipe interprofissional. A mulher passará por avaliação clínica, psicológica e assistencial, de modo que sejam observados todos os aspectos envolvidos na decisão de entrega do recém-nascido e que a mãe esteja ciente de seus direitos. Caso a comarca não possua equipe interprofissional, poderá a autoridade judiciária, de forma excepcional e provisória, designar servidor da Vara com competência da Infância e Juventude, para realização do atendimento.

A medida assegura o sigilo de todo procedimento, com tramitação prioritária e em segredo de justiça, seja em relação ao pai e familiares ou à própria família da mãe, ressalvado o direito da criança ao conhecimento da origem biológica.

Para a secretária-geral da Comissão Judiciária de Adoção de Mato Grosso (Ceja), Elaine Zorgetti Pereira, a regulamentação é importante para garantir o atendimento adequado às mães e padronizar as ações.

“A mulher tem o direito de entregar seu filho aos cuidados da Vara da Infância e da Juventude e também o direito de que essa entrega seja humanizada e respaldada pelos sistemas de Saúde e Justiça, para que se sinta acolhida, tenha o devido amparo psicossocial, de maneira que faça essa decisão da entrega de um modo refletido”, afirmou.

Elaine destacou, ainda, que a CGJ, entre os dias 10 e 14 de abril, intensificará a divulgação da campanha permanente Entrega Legal, que tem o objetivo de divulgar a previsão legal da entrega à adoção e provocar uma reflexão sobre o tema, inclusive promovendo o apoio às mães que o fizerem em vez de abandoná-los por não terem condições de exercer a maternidade.

“Essa é uma ação que é realizada o ano todo, mas durante este período e no mês de maio, mês da Adoção, vamos intensificar, o que nós queremos é apoiar essas mulheres em sua decisão de entregar para a adoção e não julgá-las, pois a entrega voluntária feita de maneira legal constitui um ato de amor. Nós também estamos encaminhando para todas as comarcas do Estado cartazes e camisetas da campanha para ajudar na divulgação”, detalhou. (Com informações da Assessoria do TJMT)