O desembargador Pedro Sakamoto, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, revogou a prisão preventiva de Fábio Alex Taques de Figueiredo, que foi preso nesta terça-feira (18), durante a segunda fase da Operação Sangria.
Fábio é gerente da empresa Proclin e teria participado da suposta organização criminosa suspeita de fraudar licitações para beneficiar empresas da área de prestação de serviços médicos em contratos com a Secretaria Municipal de Saúde e com o Estado de Mato Grosso.
Ao determinar a liberdade do acusado, o desembargador impôs o uso de tornozeleira eletrônica. Fábio também está impedido de deixar Cuiabá, de comparecer às sedes das empresas investigadas e de ir às secretarias Municipal e Estadual de Saúde.
Operação Sangria
Deflagrada a segunda fase nesta terça-feira (18), a Operação Sangria prendeu, além de Fábio Alex, o ex-secretário municipal de Saúde, Huark Douglas Correia da Costa; Luciano Correa Ribeiro; Fábio Liberalli Weissheimer e sua mãe Celita Natalina Liberalli; Adriano Luiz Sousa; Kedna Iracema Fonteneli Servo; e Flávio Alexandre Taques da Silva.
Os mandados de prisão foram expedidos pelo juiz Marcos Faleiros, da Sétima Vara Criminal de Cuiabá, que também determinou o cumprimento de buscas e apreensões contra os suspeitos.
A investigação apura fraudes em licitação, organização criminosa e corrupção ativa e passiva, referente a condutas criminosas praticadas por médicos/administrador de empresa, funcionários públicos e outros, tendo como objeto lesão ao erário público, vinculados a Secretaria de Estado de Saúde e a Secretaria Municipal de Saúde, através de contratos celebrados com as empresas usadas pela organização, em especial, a Proclin e a Qualycare.
Segundo a apuração, a organização mantém influência dentro da administração pública, no sentido de desclassificar concorrentes, para que ao final apenas empresas pertencente a eles (Proclin/Qualycare) possam atuar livremente no mercado, “fazendo o que bem entender, sem serem incomodados, em total prejuízo a população mais carente que depende da saúde pública para sobreviver”.
A investigação demonstra que a organização criminosa, chefiada por médicos, estão deteriorando a saúde pública de Cuiabá e do Estado de Mato Grosso. Levantamento feito pela Central de Regulação de Cuiabá, em 2017, aponta que 1.046 pessoas aguardavam por uma cirurgia cardíaca de urgência e outras 390 por um procedimento cardíaco eletivo.