O Ministério Público do Estado (MPE) se manifestou contrário ao pedido do ex-comendador João Arcanjo Ribeiro, que requereu na Justiça para ser beneficiado com o indulto natalino.
O parecer foi anexado na Vara de Execução Penal de Cuiabá e é assinado pela promotora de Justiça Josane Fátima de Carvalho Guariente.
Segundo Josane, a concessão do benefício, neste momento, é “impossível”. Isso porque Arcanjo ainda não cumpriu o tempo suficiente da pena para que seja privilegiado com o indulto.
Além do mais, de acordo com o parecer, o ex-comendador cumpre pena por ter praticado crime hediondo – fator que impede a permissão do indulto. Arcanjo foi condenado a 19 anos de prisão pela morte do empresário Domingos Sávio Brandão.
“Ao que se diz respeito ao pedido de indulto, em favor do apenado, verifica-se que a concessão do pleito é impossível, ante ao quantum da pena remanescente e a natureza das figuras delitivas pelos quais ele possui condenação – sendo que uma delas é delito hediondo, ainda que tenha sido praticado antes do advento da Lei Lei nº 11.464/07.
“Diante disso, tem-se que para ser agraciado com o indulto, o apenado teria que ter cumprido, até 25/12/2017, o equivalente a 2/3 da pena do crime hediondo (12 anos e 08 meses) e 1/6 das penas dos crimes comuns (04 anos e 10 meses), além de sua pena remanescente ser inferior a 08 anos. Portanto, o apenado não preenche os requisitos para ser agraciado com o instituto do indulto”.
Ela lembrou que o livramento condicional, também requerido pela defesa, poderá ser deferido a partir de 28 de dezembro de 2021, “portanto, por ora, não faz jus a concessão do benefício, razão pela qual o Ministério Público manifesta-se contrariamente ao pleito”.
Retirada de tornozeleira
Arcanjo também solicitou a retirada da tornozeleira eletrônica. A justificativa dada foi que precisa realizar alguns exames médicos.
Quanto à isso, a promotora de Justiça não se opôs, desde que o equipamento seja recolocado no mesmo dia, após a realização dos procedimentos médicos.
Agora cabe ao juiz da Vara de Execução Penal analisar o caso.
Progressão de regime
Arcanjo foi preso em 2003, durante a Operação Arca de Noé e é acusado de chefiar organização criminosa em Mato Grosso. Mas, em fevereiro de 2018, ele conseguiu sair da cadeia após cumprir 15 anos de prisão em regime fechado.
A liberdade do ex-bicheiro se deu em razão da decisão do juiz Luiz Tadeu Rodrigues que aprovou a progressão de regime do acusado. Ele passou a cumprir a pena no regime semiaberto e monitorado através de tornozeleira eletrônica.
Em junho deste ano, Arcanjo voltou à prisão após ser alvo da Operação Mantus. Ele ficou três meses preso por supostamente ter retornado ao jogo do bicho em Mato Grosso. Hoje, ele já se encontra em liberdade.
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