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Cível Sexta-feira, 03 de Maio de 2024, 15:43 - A | A

03 de Maio de 2024, 15h:43 - A | A

Cível / APÓS AÇÃO DO MPE

Juíza cita precariedade em município e suspende show de Manu Bahtidão

O Município tem 24 horas para informar a população que o show artístico foi cancelado

Da Redação



A juíza Michele Cristina Ribeiro de Oliveira, da Vara Única de Ribeirão Cascalheira, mandou o Município suspender do contrato nº 07/2024, que traria a cantora Manu Bahtidão até a cidade como principal atração da 9ª Festa da Queima do Alho.

A medida se aplica a todos os atos decorrentes do contrato, assim como a suspensão de pagamentos e contratações suplementares (equipamentos de som, montagem de palcos e correlatos).

O Município tem 24 horas para informar a população que o show artístico foi cancelado.

“Em concomitância com a realização do evento, com megaestrutura, shows nacionais, palco alternativo e atrações regionais, é de conhecimento notório que o Município padece de precariedade alarmante, não se mostrando proporcional e nem tampouco moral a realização de eventos desta magnitude quando o Município não oferece direitos básicos à população”, defendeu a promotora de Justiça substituta Bruna Caroline de Almeida Affornalli.

O Ministério Público do Estado (MPE) havia requerido medida liminar em Ação Civil Pública na Justiça. Segundo o órgão, o valor cobrado para o show artístico, R$ 275 mil, é incompatível com os argumentos do Município de falta de verbas para cumprir medidas judiciais visando atender minimamente a população com serviços adequados nas áreas da saúde, educação e infraestrutura.

Para o MPE, mesmo entendendo que a população tem direito a lazer e diversão, seria contraditório um show que envolva altas cifras tendo em vista a realidade local e a precariedade estrutural do município.

A apresentação da cantora estava prevista para 5 de maio, último dia do evento. O custo geral da festa, conforme informação do Controle Interno do Município, é de R$ 372 mil. Além do cachê da cantora, haveriam ainda despesas do ECAD, hotel e alimentação para 25 integrantes da equipe da artista, veículo de luxo blindado, vans para translado, camarins, trabalhadores para carga e descarga de equipamentos, palco, som, iluminação e estrutura física para o show nacional.

Na ação, o MPE relatou que o próprio Município, em resposta aos pedidos de informação, confirmou a necessidade de retirar recursos de outras áreas e políticas públicas para custear as despesas do evento.

A promotora de Justiça apontou a falta de planejamento nas despesas gerais do evento, a partir da análise de contratos administrativos relativos ao gasto total de recursos públicos especificando os valores de contratação dos shows dos outros artistas: Mário e Thizil, Wender e Falcão, Léo Reis e Bruno, Jiraya Uai, Thiago e Jhonatan e Lúcia Ribeiro e Rodrigo Mota. (Com informações da Assessoria do MPE)