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Penal Domingo, 19 de Agosto de 2018, 10:15 - A | A

19 de Agosto de 2018, 10h:15 - A | A

Penal / ENTENDIMENTO DO STJ

Cautelares não devem durar por mais de 3 anos sem recebimento da denúncia

O Superior Tribunal decidiu revogar obrigações impostas ao produtor rural E. F. F., que havia sido preso na Operação Terra Prometida

Lucielly Melo



As medidas cautelares diversas da prisão não podem perdurar injustificadamente por mais de três anos.

O entendimento é a unanimidade da Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que decidiu revogar obrigações impostas ao produtor rural E. F. F., que havia sido preso na Operação Terra Prometida.

A decisão da turma julgadora atendeu recurso movido pela defesa do produtor rural, patrocinada pelos advogados Valber Melo e Fernando Henrique Nogueira.

Nos autos, os advogados afirmaram que já haviam mais de três anos que o acusado foi proibido de entrar no projeto de assentamento, mesmo com a denúncia não ter sido acolhida pela justiça.

O argumento foi acolhido pelo STJ.

“Afigura-se desarrazoada e desproporcional a manutenção das medidas cautelares diversas da prisão impostas ao recorrente por cerca de 3 anos sem que se possa atribuir à sua defesa qualquer responsabilidade pela delonga na conclusão do inquérito policial, que ainda não possui perspectiva objetiva de ultimação”, diz trecho da decisão que tramita em sigilo.

“Terra Prometida”

A operação foi deflagrada em 2014 para apurar irregularidades na concessão e manutenção de lotes destinados à reforma agrária.

Durante as investigações, foi apurado que existia uma organização criminosa atuando em Lucas do Rio Verde e Itanhangá a fim de cometer crimes de invasão de terras da União, contra o meio ambiente, falsidade documental, estelionato, corrupção ativa e passiva.

Foi constatado também que um total de 1.149 lotes existentes no assentamento, mil já estavam em poder de pessoas que eram clientes da reforma agrária, chamados de "laranja".

A maioria residia em outros Estados, como São Paulo e Paraná.

A suposta fraude apurada nesta ação chega a R$ 1 bilhão.